Após ouro, revelação tem folga para curar velha lesão e já mira Londres-2012
Maurício Dehò
Em São Paulo
01/09/2010 07h00
Com apenas 18 anos, David Lourenço conseguiu dois feitos inéditos para o boxe nacional, com os ouros no Mundial juvenil e nos Jogos Olímpicos da Juventude. Ambas as conquistas, no entanto, foram a duras penas, uma vez que o paulista enfrenta uma lesão na mão direita que causou dores durante as competições. De volta ao Brasil, David tem tempo para curar o problema e pensar no novo grande objetivo: Londres-2012 e não mais o distante Rio-2016.
FRASES
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Lutei com a mão doendo, mas dei meu máximo. Já me disseram que dá para pensar nas Olimpíadas, então, se Deus quiser, consigo uma vagaClique para acessar conteúdo externo
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A superação foi maior e ele sabia que tinha de se sacrificar para conquistar a medalhaClique para acessar conteúdo externo
CLAUDIO AIRES, técnico brasileiros nos Jogos, sobre a lesão do pugilistaPugilista da categoria meio-médio, para lutadores de até 69 kg, David passou por três rivais para conquistar seu último ouro, superando o problema.
“Eu machuquei a mão na semifinal do Mundial. Tirei as bandagens e estava inchado, então já comecei a fazer gelo”, disse o campeão mundial e olímpico, ao UOL Esporte. O problema foi na mão direita, justamente na região em que a maioria dos socos acerta os rivais.
“Lutei com a mão doendo, mas dei meu máximo. Agora é fazer exames e começar o tratamento”, disse ele. O treinador Claudio Aires, que o acompanhou na conquista, admite uma preocupação especial para curar a lesão, até pelo fato de David ser um lutador destro.
“Ele não precisou mudar nada em seu estilo, mas teve de aguentar um pouquinho a dor. A superação foi maior e ele sabia que tinha de se sacrificar para conquistar a medalha”, explicou Aires. “Ele é jovem, então temos de tratá-lo com atenção, para ele estar 100% nos Jogos Pan-Americanos de 2011.”
O SEGUNDO OURO
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O brasileiro, de 18 anos, precisou vencer três lutas para ficar com o título. Na 1ª rodada, bateu pugilista de Zâmbia. Depois passou por pugilista do Quirguistão, e ficou com o ouro ao vencer um uzbeque
Aires mostra já quais os planos do Brasil para o lutador, mudando o discurso de que ele estaria pronto só para o Rio-2016. A categoria de até 69 kg é uma das mais disputadas do país, com lutadores como o jovem Esquiva Falcão, o veterano Myke Carvalho e o campeão pan-americano Pedro Lima, que já não enfrenta uma boa fase.
“Já me disseram que dá para pensar nas Olimpíadas, então, se Deus quiser, consigo um espaço”, disse o garoto, que terá 20 anos na época dos Jogos de Londres. “Creio que ele tem chance, mesmo com a competição forte. Estamos vendo de colocar o David para lutar o Torneio das Estrelas e começar a disputar uma posição nas Olimpíadas”, acrescentou Aires.
Mais maduro
Depois de quase largar o boxe para estudar, David deu uma chance ao esporte pelo pedido de seu pai, que foi também seu primeiro técnico. O resultado foi o ouro no Mundial. No segundo teste, a nova vitória mostra que David tem melhorado não só na parte técnica, mas em maturidade.
“Fui lá, fiz meu trabalho e deu resultado”, afirmou David, sempre de poucas palavras. Mas depois ele admitiu: “quando cheguei estava um pouco pressionado, mas depois vi que não era um bicho de sete cabeças. No Mundial estava muito nervoso, mas senti que lutei melhor (em Cingapura), mais calmo.”