Promessa supera lesão e se inspira em Eder no 'cartão de visitas' a brasileiros

Paulista de 20 anos, Michael Oliveira é uma promessa do boxe nacional com 12 vitórias na carreira, sem uma derrota sequer. Mas nenhum desses triunfos foi em território nacional. Criado nos Estados Unidos, ele tem a chance de mostrar o “cartão de visitas” aos brasileiros neste sábado, no seu primeiro combate em casa. Para isso, terá de superar lesão no braço e usa o aniversário de 50 anos do 1º título de Eder Jofre como inspiração.

Em São Paulo, Michael entrará no ringue montado na casa de shows e eventos Espaço das Américas neste sábado, às 22h - com transmissão do SporTV -, diante de Junior Ramos, da República Dominicana. Pelo cartel do rival, a luta não deve oferecer muitas dificuldades para o brasileiro. Ramos tem 10 vitórias e cinco derrotas, sendo quatro por nocaute e vem de revés pela via rápida, sem lutar desde 2009.

O caminho seria fácil, mas terá um complicador, uma lesão no braço. “Michael tem uma pequena inflamação no tendão do bíceps, por causa de uma pancada”, contou ao UOL Esporte o técnico Danny Hawk, norte-americano que comanda a preparação da promessa e que veio para São Paulo junto com o brasileiro para um mês de treinos e a luta.

Apesar da lesão, que alterou a rotina de treinos e diminuiu o uso de sparrings, Michael se mostra confiante e quer deixar uma boa primeira impressão para os compatriotas, que ainda não o conhecem. Ele se mudou para os Estados Unidos apenas 15 dias após o nascimento.

“(A lesão) não está atrapalhando, mas tivemos a conclusão de que é melhor descansar e não arriscar. Muitas vezes lutadores se machucam durante lutas, então você tem de estar preparado fisicamente e mentalmente”, diz o peso médio, para completar. “E Deus me deu duas mãos. Então, se uma está ruim, ainda posso usar outra.”

Michael sobe no ringue apenas dois dias depois de Eder Jofre e o boxe brasileiro terem completado 50 anos de seu primeiro cinturão, data lembrada pelo pugilista.

“Com certeza é uma motivação, já estávamos muito animados em vir ao Brasil. Lutar dois dias depois deste aniversário será legal não só para mim, mas para os outros jovens”, afirmou, citando as lutas de amadores que o evento terá.

Cuidado com a poluição

Para se aproximar do que está acostumado nos Estados Unidos, Michael foi levado pelo técnico Danny Hawk até para a praia para treinar. O ambiente, segundo eles, é ideal para as corridas.

“Nós quisemos ter uma corrida melhor. Porque em São Paulo o ar não é tão bom, a qualidade é meio ruim. Na praia o ar é melhor, e a areia é perfeita para as pernas. Também queria dar ao time um pouco de folga, então no Guarujá tivemos isso, combinado a viagem a um bom treino”, explicou Hawk.

Além de ir para o Guarujá, Michael também escolheu realizar alguns de seus treinos físicos no Jockey Clube. A parte de boxe foi feita na Companhia Athletica.