Michael faz graças, leva mais golpes, mas vence por pontos e segue 100%
O brasileiro Michael Oliveira manteve sua invencibilidade nesta sexta-feira, com a 14ª vitória na carreira. Em São Paulo, o pugilista de 20 anos sofreu mais golpes e foi menos efetivo do que o argentino Abel Adriel, em dez rounds, mas os jurados atribuíram a ele a vitória por pontos, em um combate marcado por catimba e gracinhas do paulista durante a disputa.
Popó: 'Michael venceu'
O Michael entrou na brincadeira, mas a luta de boxe é séria. Dou a vitória para ele, o Michael ganhou pelo menos uns sete rounds, nas minhas contas. Lutar com argentino é sempre complicado
Os árbitros foram unânimes em dar o triunfo a Michael, pelas seguintes pontuações: 97-93, 98-92, 98-92. Com este resultado, Michael faturou o título interino latino do Conselho Mundial de Boxe, na categoria supermédio, até 76,2 kg. O titular do cinturão é Pablo Farias, da Argentina.
Como em sua primeira luta no Brasil, quando nocauteou Junior Ramos, em novembro, Michael Oliveira apostou em um jogo perigoso em cima do ringue, com um estilo pouco preocupado com a defesa. Além disso, por diversas vezes mandou beijos para o público e chegou a sentar nas cordas durante o segundo round, o que não é permitido pelo regulamento.
O brasileiro enfrentou o seu rival mais complicado na carreira, já que Adriel chegou bem fisicamente para a luta, apesar de não ser um lutador dos supermédios - o argentino subiu de peso para tentar o cinturão interino latino. O visitante estava invicto com dez vitórias e dois empates, e conheceu seu primeiro revés.
“A gente não pode só se basear no que vê nos vídeos. Ele veio muito preparado, eu tiro o chapéu para ele, que lutou muito bem, mas Deus é brasileiro”, comemorou Michael, após a vitória à SporTV. “Vou treinar até o diabo dizer chega e vamos chegar ao título mundial.”
Abel Adriel desde o começo mostrou que não ficaria acanhado em lutar fora de seu país. O começo foi mais parelho, com ambos os pugilistas acertando golpes com sucesso, mas sem chegar a balançar o oponente.
Com a defesa fechada, ao contrário de Michael, Abel conseguiu bloquear mais as tentativas do brasileiro. Ao mesmo tempo, aproveitava para contragolpear e inserir golpes no rival, desprotegido, tanto na cabeça quanto no corpo.
No entanto, Adriel mostrou não ter grande pegada e, mesmo atingindo mais o jovem paulista no meio da luta, não tinha potência para derrubar Michael. O pugilista de 20 anos acabou decaindo na movimentação no ringue e no número de socos atingidos com o decorrer dos giros.
Com os pugilistas cansados nos quatro últimos rounds, a catimba aumentou e o árbitro teve de interferir mais para evitar provocações de ambas as partes e atentar à cabeça baixa do brasileiro. Michael ainda tentou mostrar fôlego no nono round e acertou o rival, mas era tarde para apagar a impressão de que sofreu mais golpes após os dez rounds do combate.
Com a vitória, Michael segue com o plano de fazer mais combates no Brasil. Um deles deve acontecer em Brasília e, em seguida, ele deve entrar no ringue no Rio de Janeiro. O plano inicial para o lutador era de reduzir gradualmente o peso e descer de categoria, mas, com o cinturão, é possível que ele permaneça como supermédio.
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