Michael Oliveira muda técnico e tenta 2ª vitória em casa, contra 'hermano'
Depois de um nocaute em sua primeira experiência lutando em seu país natal, o brasileiro Michael Oliveira, radicado nos Estados Unidos, entra em ringue nacional pela segunda vez nesta sexta-feira. E, após quatro meses daquela vitória, o pugilista de 20 anos traz novidades como uma mudança de técnico e a possibilidade de disputar o cinturão interino latino dos supermédios (até 76,2 kg), pelo Conselho Mundial de Boxe - o titular do latino é Pablo Farias (ARG).
O desafio de Michael promete ser o seu maior até aqui, já que ele enfrenta o invicto argentino Abel Adriel, cujo cartel é de dez vitórias e dois empates, enquanto o do brasileiro é de 13 triunfos em 13 combates. Eles se encontram no ginásio Mauro Pinheiro, no Ibirapuera, em São Paulo, a partir das 19h30 – o SporTV transmite às 22h.
Maestro campeão do Carnaval rege hino
Como aconteceu na organização do primeiro combate de Michael no Brasil, mais do que uma programação de boxe, o intuito é oferecer um espetáculo ao público – cerca de 3 mil pessoas receberam convites para assistir à luta em São Paulo. E o nome mais importante é o maestro João Carlos Martins, que foi tema do samba-enredo da Vai-Vai, campeã do Carnaval paulista em 2011. Ele vai comandar o hino brasileiro no evento.
O jovem brasileiro vem de uma vitória contra Junior Ramos, em novembro, por nocaute no terceiro assalto. Desde então, no entanto, ele mudou parte importante de sua preparação, com a saída de Danny Hawk, que era seu técnico principal. Em seu lugar, o cubano Roberto Quesada comanda os treinamentos nos EUA e, também de Cuba e ex-seleção brasileira, Paco Garcia é quem cuida de Michael em São Paulo.
De acordo com Carlos Oliveira, pai e empresário do brasileiro, a mudança de comando se deu por problemas na parte de negócios. Danny Hawk teria interferido em uma negociação e foi afastado. O fato é que sob novo comando, a atenção à defesa do brasileiro aumentou para a dupla que o comanda, um ponto com maiores falhas no combate de estreia no Brasil.
“Será uma prova muito boa para o Michael. Não costumamos ver argentinos invictos vindo lutar no Brasil”, afirmou Paco, que detalhou o trabalho. “Na verdade eu só tive quatro semanas para trabalhar e não há como haver uma melhora total neste período. Ele é muito agressivo, gosta da briga e não se preocupa tanto na defesa. Mas esta categoria não permite levar golpes, então todo treino eu dei enfoque na proteção.”
O lutador mostrou não ter tanta preocupação, mesmo com um rival de melhor nível que o anterior. “É a mesma coisa (com a mudança de técnico), eu sou como uma esponja e me adapto. Mas meu estilo não vai mudar”, afirmou o peso supermédio, acompanhado pelo pai/empresário.
“Ele estava um pouco ansioso na primeira luta, queria acabar o mais rápido possível”, explicou Carlos. “Mas sua técnica está melhorando, ele tem grande habilidade de esquiva e realmente usa a mão esquerda baixa, isso é algo que ninguém vai modificar.”
Michael tinha como planos abaixar gradualmente de peso, indo dos supermédios aos médios e, em seguida, médios ligeiros. Mas a chance de disputar o título interino do CMB o fez se manter na categoria atual, pouco recomendada para seu padrão físico.
Rival sobe de peso e prefere respeitar o brasileiro
Abel Adriel, como bom visitante, manteve-se discreto durante a 1ª aparição para lutar no Brasil, que é também sua estreia fora da Argentina. Ele revelou que subiu de peso para ter a chance deste combate e, mostrando melhor forma física que Michael, teve respeito pelo brasileiro. “Vi suas lutas e sei que é um bom lutador, que como eu gosta muito de contra-golpear. Está claro que a luta não vai durar todos os rounds”, disse 'El Principito', com uma camisa da seleção argentina. O brasileiro, por outro lado, fez pouco: “Ele é só mais um obstáculo para os meus maiores objetivos”, disse, em referência ao cinturão mundial. |
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