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Aposta de Don King, brasileiro estreia nos EUA por 'chance da vida' no boxe

Marcus Ratinho, assinou com Don King em 2011 e estreia com ele neste sábado - Divulgação e Arquivo Pessoal
Marcus Ratinho, assinou com Don King em 2011 e estreia com ele neste sábado Imagem: Divulgação e Arquivo Pessoal

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

13/04/2012 11h00

Marcus de Oliveira, o Ratinho, tem um cartel de respeito no boxe: 22 vitórias, um empate e apenas uma derrota. Os resultados o levaram a figurar entre os melhores meio-pesados da atualidade e chamaram a atenção de um lendário empresário norte-americano. Neste sábado ele estreia nos Estados Unidos, sob a batuta de Don King, promotor de estrelas como Muhammad Ali, Mike Tyson e muitos outros.

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  • Divulgação

    Herdeiro da famosa família Zumbano e primo de Éder Jofre, Raphael Zumbano luta nesta sexta-feira em São Paulo, para reiniciar sua trilha nos pesos pesados. Em seu último combate, o paulistano foi derrotado por pontos, nos EUA, quando esperava deslanchar com uma série de vitórias - seu cartel é de 31 triunfos, cinco reveses e um empate. O rival da vez é o boliviano Guido Santana, que tem 13 vitórias, quatro derrotas e dois empates. Zumbano chegou a negociar com o ex-campeão Evander Holyfield para um combate no Brasil, mas as partes nunca chegaram a um acordo, devido às exigências financeiras do veterano norte-americano.

  • A luta desta sexta-feira acontece na casa de shows Cabral, na capital paulistana, a partir das 20h.

Com este “empurrão” na parte dos negócios, Ratinho vai encarar o pugilista local Rayco Saunders para confirmar seu nome entre os tops, já que chegou a ser quinto no ranking da Organização Mundial de Boxe e campeão latino de sua categoria.

“Tudo melhorou desde que firmei este acordo. Trabalhar com Don King é uma oportunidade, sinto como se estivesse lutando pela minha própria vida”, diz Ratinho, sobre o que considera o momento mais importante de sua carreira, rumo ao sonho de entrar no hall de campeões do país: Popó, Sertão, Miguel de Oliveira e Éder Jofre.

Já são sete meses com os cuidados de Don King, que de acordo com o lutador é exatamente o que se vê de fora, com seu jeitão excêntrico. “Ele é um cara muito engraçado, fala muito, tira fotos com o público e fica balançando suas bandeirinhas. É uma celebridade mesmo, o cara do show. Ele tem a sua empresa, as pessoas que trabalham para ele, e seu negócio é vender suas lutas, fazer seu espetáculo”, conta o paulistano de 26 anos, que tem contrato de cinco anos com o promotor.

Ratinho detalha que a aposta no boxe em solo brasileiro vinha rendendo poucos frutos e que ir para os Estados Unidos foi um caminho obrigatório para tentar atingir seus sonhos. Ir para os treinos caminhando, como chegou a fazer para economizar alguns trocados da condução, ficou para trás.

“Infelizmente, o que acontece no boxe brasileiro é que é um esporte de mortos de fome. Os empresários ganham em cima dos lutadores que muitas vezes perdem e nunca mais têm outra chance”, critica ele.

Após derrubar estas dificuldades e hoje curtir uma estrutura de primeiro mundo em Fort Lauderdale, Ratinho diz que está com a energia renovada para buscar seus objetivos, com cautela.

“Hoje sou um cara experiente pra caramba. Acho que cheguei em um nível em que tecnicamente estou entre os melhores e só a vontade de vencer é que aumenta e faz a diferença. Para esta luta, sei que tenho de ter calma. Mas vou bater duro como bato sempre. Se não cair, ele vai ficar oito rounds apanhando”, promete o lutador.

Don King, que em 2011 completou 80 anos, é um dos empresários mais famosos do boxe, tendo trabalhado com nomes como Mike Tyson, Evander Holyfield e Roy Jones Jr. Ele ficou conhecido na década de 1970, quando viabilizou o famoso combate entre Muhammad Ali e George Foreman no Zaire - atual República Democrática do Congo.