Chamado de 'velho' por rival, Popó volta ao ringue após 5 anos em adeus ao boxe
A relação de Acelino Popó Freitas com os ringues de boxe é de pura atração. Dono de quatro títulos mundiais, um recorde entre os pugilistas brasileiros, ele já anunciou aposentadorias e mais de uma vez mudou de ideia. Neste sábado, um novo chamado será atendido. Cinco anos depois de seu último combate, ele interrompe mais uma parada para o que diz ser uma despedida definitiva do quadrilátero, fruto do pedido de um de seus filhos.
5 MOMENTOS MARCANTES
Em 1999, Popó foi à França embalado por 20 vitórias. Em poucos instantes, aplicou um nocaute fulminante em Anatoly Alexandrov e faturou o 1º título.
A consagração mundial veio na guerra contra Joel Casamayor, em 2002, unificando cinturões.
Popó subiu para leve em 2004 e contra Arthur Grigorian igualou Eder Jofre e faturou o título mundial em sua 2ª categoria.
Após 35 vitórias, Popó teve o 1º tropeço ao ser nocauteado por Diego Corrales em 2004.
O último cinturão veio contra Zahir Raheem, em 2006, numa vitória apertada, por pontos. Em seguida, sua última luta foi um revés na unificação com Juan Diaz.
Foi Popózinho quem foi em direção ao pai, pedindo para assistir a um de seus famosos combates. Uma luta menos formal seria realizada em 2011 para garantir o sonho do garoto, mas a coisa ficou séria quando o baiano recebeu um desafio oficial do jovem Michael Oliveira, novato no boxe e invicto aos 22 anos. Em meio a uma quente onda de provocações, Popó é até chamado de velho pelo jovem. Ele pediu seu preço - no início dizia querer R$ 800 mil de bolsa - e o combate acontece neste sábado, em um cassino de Punta del Leste (o SporTV mostra às 23h, com a luta programada para 0h30).
Popó desde o início se mostrou irritado com o tom do desafio de Michael e promete nocaute, mesmo enferrujado. “Você não tem ideia de como preparei, de como treinei. Trabalhei muito para bater nele”, afirma o hoje deputado federal, ao UOL Esporte.
Ele chegava a subir na balança com 59 kg para seus combates, mas desta vez luta no peso super meio médio (até 69,8 kgs). “Estou 3 kg acima do que eu chegava a ficar no dia das lutas. Estou muito mais forte para este combate”, completou, confiante.
Michael também se diz preparado para uma guerra. “A luta não vai ser fácil para o Popó, não! Ele foi um boxeador fenomenal, mas seus títulos não me impressionam. Enfrentar ele é um sonho, mas é ele quem tem a ganhar. Eu sou jovem, posso perder minha invencibilidade, mas bater em um velho não é vantagem nenhuma para mim”, atacou ele.
Popó e Michael são separados na idade por quase 15 anos, mas também tem histórias muito diferentes. O baiano dormiu no chão até a conquista de seu cinturão mundial, em 1999, quando enfim comprou uma sonhada casa para sua mãe. Já o jovem foi criado desde bebê nos Estados Unidos e teve o investimento de seu pai para seguir a carreira de pugilista, em vez de privilegiar caminhos mais comuns dos mais abastados, como uma faculdade, por exemplo.
Ambos concordam, no entanto, que a chance é de tentar reacender a paixão dos fãs de boxe. “A importância desta luta não é só pelo pedido do meu filho, mas também é uma forma de dar alegria a quem gosta do boxe brasileiro, que se apagou depois que eu parei”, diz Popó.
O rival adiciona, admitindo a importância de lutar com uma estrela dos ringues: “Precisamos trazer o boxe de volta ao Brasil e sei que, qualquer seja o resultado, será uma abertura para eu entrar no coração dos brasileiros e me tornar conhecido da torcida.”
Tetracampeão mundial, Popó totaliza em sua carreira 40 combates, com apenas duas derrotas. Ele chegou a ter 29 nocautes consecutivos na carreira, atingindo os cinturões dos superpenas e dos leves em 12 anos como profissional.
Depois de aposentado, resolveu rumar para a política. Foi secretário dos esportes em Salvador e na última eleição tornou-se deputado federal. Segundo ele, a divisão entre treinos e votações para este combate não se repetirá e após o compromisso ele retomará o terno e gravata. “Depois disso volto a ser deputado em 100% do tempo. Tomei gosto por este trabalho e quero fazer muitas coisas pelo nosso esporte”, disse ele.
Já Michael iniciou a carreira como pugilista profissional precocemente e aos 22 anos já soma 17 vitórias, com 12 nocautes. Ele tem a maior parte de seu cartel construído nos Estados Unidos, mas realizou três combates no Brasil, em 2010 e 2011, como forma de ser conhecido no país natal. O pugilista tem tentado reduzir gradativamente o peso, para tentar obter maior sucesso em categorias inferiores, já que mede apenas 1,75 m - Popó tem 1,68 m.
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