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Popó intermedia ida dos Falcão ao boxe profissional, mas exigências travam negócio

Esquiva, medalhista de prata em Londres, ganha o carinho do irmão Yamaguchi, bronze - REUTERS/Cadu Gomes
Esquiva, medalhista de prata em Londres, ganha o carinho do irmão Yamaguchi, bronze Imagem: REUTERS/Cadu Gomes

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

27/11/2012 12h52

Os irmãos Esquiva e Yamaguchi Falcão, medalhistas olímpicos em Londres-2012, receberam uma oferta tentadora para trocarem o boxe amador pelo profissional . E com o intermédio do campeão mundial Acelino Freitas, o Popó. O baiano traz ao Brasil nesta semana seu ex-empresário, o norte-americano Arthur Pelullo, que fará propostas aos lutadores. No entanto, exigências como cobrança de cachê e valores de contrato podem dificultar que os negócios se concretizem, segundo o ex-lutador.

Nesta quarta-feira, o deputado federal Popó promove uma audiência pública em Brasília para lançar o Dia Nacional do Boxe - previsto para acontecer todo ano no dia 26 de março, aniversário de Eder Jofre. Aproveitando o evento, ele convidou os irmãos e o diretor da Banner Promotions para negociarem uma mudança para o boxe profissional.

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“Eu não tenho nada a ver com a carreira deles, mas estou intermediando este contato deles com o Pelullo. Vamos botar tradutor e tudo para eles poderem conversar. É uma grande oportunidade, porque a medalha é passageira e o boxe mundial, especialmente no profissional, precisa de ídolos e pessoas de nome. Eles seriam facilmente vendidos para a televisão, por exemplo”, explicou Popó. 

No entanto, Popó já admite não ter a presença de Esquiva, medalhista de prata em Londres. Segundo o baiano, uma cobrança de cachê para participar do evento e da negociação impediria sua participação. O ex-pugilista não revelou valores, mas lamentou. "Ele queria cobrar cachê para vir negociar. Pior que é uma mixaria, por isso o boxe não vai para frente."

Em contato com o UOL Esporte, a assessoria de imprensa de Esquiva Falcão negou veementemente a cobrança: “Isso não é verdade. O Esquiva tem um outro compromisso pré-agendado para esta data. Ele quer dar preferência ao Popó, mas por conta disso ainda não está confirmado se ele vai a Brasília”.

Yamaguchi, segundo o deputado, viajará para a reunião, mas os valores pedidos são maiores do que os oferecidos.

Pelullo, que cuidou de boa parte da carreira de Popó, desde a conquista do primeiro cinturão, propõe um contrato que prevê quatro lutas por ano para os lutadores. Além disso, a assinatura de contrato renderia para cada lutador US$ 75 mil. Ele também está interessado no campeão mundial de boxe amador Everton Lopes.

“Ele (Pelullo) mostrou interesse e quer dar uma fortuna só para os irmãos assinarem. Eles querem US$ 100 mil, mas essa não é a realidade. Eles não podem deixar subir à cabeça. No meu tempo, o contrato levava de mim 75% do que eu ganhava e ainda assim deu tudo certo”, adicionou Popó, que assinou com Pelullo após ganhar o torneio Boxino, em 1997, dois anos antes de ser campeão mundial dos superpenas. Pelullo também cuidou da carreira do campeão mundial Valdemir Pereira, o Sertão.

Desde os Jogos de Londres os irmãos Falcão analisam o que fazer do futuro. De férias até janeiro, Esquiva já afirmou diversas vezes que prefere manter o sonho de lutar pelo ouro olímpico no Rio, em 2016. Yamaguchi é um pouco mais aberto e disse que, caso uma proposta vantajosa lhe bata à porta, tanto no boxe profissional quanto no MMA - outro esporte que assedia os irmãos -, pode redirecionar a carreira.