Brasileiro campeão mundial mantém série de sumiços e leva paciência da confederação ao limite
Campeão mundial juvenil em 2010, David Lourenço da Costa era considerado uma grande promessa do boxe brasileiro e aposta para a Olimpíada de 2016. Mas, após desaparecer por seis dias no ano passado - inclusive para sua família -, o jovem pugilista teve revelado um complicado histórico de instabilidade emocional. Apesar do esforço de recuperação oferecido pela Confederação Brasileira, o paulista retomou a rotina de sumiços e levou ao limite a paciência dos dirigentes da entidade.
Após o incidente de 2012, justificado em razão de estresse e frustração por não ter ido aos Jogos de Londres, David Lourenço retornou à seleção e aceitou o acompanhamento psicológico proposto pela CBBoxe. No entanto, o pugilista voltou a faltar a treinamentos por períodos prolongados, com contatos esporádicos com familiares.
"Ele segue com a mesma conduta não positiva. A gente dá todo o apoio, mas não conseguimos saber o que ele quer. Tive uma conversa com ele há cerca de 20 dias. Parecia que estava com a cabeça no lugar, é um bom garoto. Mas dois ou três dias depois voltou a sumir. Aí fica dez ou 20 dias fora, é lamentável. Nem a família sabe, ele não dá satisfação", relata Mauro José da Silva, presidente da CBBoxe. A reportagem também não conseguiu encontrar David por meio de seus familiares.
Atualmente a seleção brasileira está viajando separada, em duas missões internacionais, lutando em eventos na Bulgária e na República Dominicana. A intenção era que David participasse desse intercâmbio como parte de seu processo de reinserção.
"Pode ficar tarde demais. Outros atletas surgem, como foi o caso do próprio Esquiva (Falcão), na mesma categoria, que explodiu na Olimpíada. Até por causa disso ele [David] se chateou um pouco. Não tinha a mínima chance de ter ido, se não leva a serio", argumenta Mauro José da Silva.
David Lourenço surgiu como uma das principais promessas brasileiras do boxe nos últimos tempos, ao ser campeão mundial juvenil em 2010, no Azerbaijão. No mesmo ano conquistou a medalha de ouro nos Jogos da Juventude, em Cingapura. Em 2011, o paulista disputou o Pan-Americano de Guadalajara, mas acabou eliminado logo na estreia por um rival cubano.
A promessa de 21 anos acabou ficando fora da Olimpíada, com a vaga da categoria médio (até 75 kg) conquistada por Esquiva Falcão. O desaparecimento de 2012 teria sido motivado pelo impacto de ver o compatriota conquistando a medalha de prata em Londres. A família acionou a polícia na oportunidade.
Em entrevista ao UOL Esporte em agosto de 2012, o presidente da CBBoxe admitiu a ideia de separar David e Esquiva de categorias, para poder contar com os dois jovens simultaneamente em eventos internacionais. A intenção era ter o campeão mundial juvenil lutando entre os pugilistas até 69 kg.
O jovem boxeador começou a praticar boxe na garagem de casa, em Guarulhos, em um espaço de treinos improvisado com pneus e chinelos. Tudo preparado por seu pai, Ailton Cardoso de Deus, um ex-campeão brasileiro de kickboxing. Hoje, com o melhor aparato do país, David tem futuro incerto na modalidade.
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