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Irmão lança reggae para Esquiva e Yamaguchi Falcão, e faz apelo a Luciano Huck

Allan Lucio (meio) posa ao lado dos lutadores Esquiva e Yamaguchi Falcão - Acervo Pessoal
Allan Lucio (meio) posa ao lado dos lutadores Esquiva e Yamaguchi Falcão Imagem: Acervo Pessoal

Luiza Oliveira

Do UOL, em São Paulo

20/03/2013 11h02

Esquiva e Yamaguchi Falcão ficaram conhecidos após conquistarem as medalhas de prata e bronze para o Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres. Agora, um novo membro da família quer ganhar fama, mas em outra área: a música. Irmão de criação dos lutadores, Allan Lucio compôs uma música de reggae em homenagem a eles, e faz até um pedido a Luciano Huck para emplacar.

A vida de Yamaguchi e Esquiva, que superaram a infância pobre no Espírito Santo para vencer nos ringues, serviu como inspiração para a letra de ‘Guerreiros do Sol’. Sob o ritmo 'reggae fusion', Allan conta a história de vida dos irmãos, com direito a alusão ao pai, o ex-lutador Toro Moreno, nos versos: “Treinados pelo pai, aprenderam a lutar. Yamaguchi de direita, esquivando esquivar”.

A música está em fase de mixagem e será lançada no próximo mês com mais oito composições no primeiro cd da banda Hagaiah - significa mãe da terra - que tem influências soul, jazz, pop, rock e R&B.

 

Os sonhos de fazer sucesso e cair na boca do público são tão grandes que Allan fez até um apelo ao apresentador global Luciano Huck. A família Falcão participou do quadro Lar Doce Lar, do programa Caldeirão do Huck, e teve sua casa reformada.

“A banda ainda não estava preparada para aparecer no Lar Doce Lar porque tudo aconteceu muito rápido, a gente ainda estava ensaiando e gravando com a banda. Mas se ele puder ouvir a música e ver o vídeo, se quiser ajudar, vou ficar muito grato. Ele é um cara super dez, super sincero, um cara correto, o Luciano está de parabéns. É um anjo que apareceu na nossa cidade. Foi um Papai Noel que veio antes do Natal.”

Enquanto Huck não dá uma ‘mãozinha’, os sonhos de Allan se apóiam na iniciativa de Yamaguchi Falcão. O medalhista de bronze em Londres se propôs a fazer o ‘marketing’ da banda. Foi ele quem incentivou o irmão de criação a acelerar a produção de ‘Guerreiros do Sol’ para que houvesse tempo de entrar como a música de trabalho do cd. “A hora é agora”, dizia o atleta.

 

Yamaguchi ainda assumiu o papel de assessor de imprensa. Fez o meio de campo entre a banda e veículos de comunicação, e divulgou o nome da Hagaiah em rádios do Rio de janeiro e de São Paulo. Após o incentivo, Allan pretende fazer uma excursão por rádios da capital paulista na próxima semana para mostrar seu trabalho, e já cogita ver sua música tocada em um programa da Globo que terá a participação dos boxeadores.

Os projetos são ainda mais audaciosos. “A música vai ser o hino das Olímpiadas no Rio. Eles vão entrar no ringue com a nossa música. A tendência é a música ir para fora com a nossa língua. E há uma proposta para fazerem o filme da história da família lá fora, e a música deve entrar. Mas é algo muito no início ainda”, conta Allan, com empolgação de menino do alto de seus 24 anos.

Ao menos por enquanto, a realidade da banda Hagaiah ainda é está bem distante dos sonhos. Os músicos reclamam da falta de incentivo para a cultura no Espírito Santo, e só têm três shows agendados para o próximo mês em lugares modestos do município de Serra, onde moram.

  • Capa do primeiro cd de reggae da banda Hagaiah

O vocalista ainda não consegue viver da música. Ele concilia os shows em bares na noite com o trabalho como motoboy em uma rede de farmácias. Nas horas vagas, ajuda os pais em uma pequena empresa de material de construção, ao lado do irmão Renan, baterista da banda.

“A gente carrega lajota, dirige caminhão com brita, atende balcão, faz entrega, faz de tudo. Eu entrego remédios de uma rede de farmácia. E à noite, quando não vou fazer som em bar, entrego lanches também”.

A relação com a família Falcão começou ainda criança com a forte amizade entre seu pai biológico, Josafar Sampaio, e Toro Moreno, a quem ele chama de ‘paizão’.  Quando criança, o músico até tentou seguir a carreira de lutador, fez aulas de boxe e se tornou faixa vermelha de karatê.

Mas logo percebeu que seu caminho era a música, criou a banda Jahmanajé ainda adolescente e fez vários cursos. Tudo com aval de Todo Moreno.  “Se ele quer música, vamos incentivá-lo, tem que fazer o que gosta. Se meus filhos crescerem primeiro, vão leva-lo junto. Se o Allan crescer primeiro, ele vai levar os meus filhos”, previa.