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À sombra de Maypac, Brasil vive boa fase com quatro candidatos a cinturão

Patrick Teixeira, de 24 anos, está invicto em 25 lutas e hoje luta pela firma de De la Hoya - Arquivo Pessoal
Patrick Teixeira, de 24 anos, está invicto em 25 lutas e hoje luta pela firma de De la Hoya Imagem: Arquivo Pessoal

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

04/05/2015 11h56

A “luta do século” entre Floyd Mayweather e Manny Pacquiao rendeu seus frutos e gerou muito debate. Enquanto os astros encheram o bolso, um quarteto brasileiro trabalha vindo de baixo em direção ao que se configura como uma grande chance de o Brasil ter seu quinto campeão mundial de boxe e conquistar seu primeiro cinturão mundial em nove anos. E não é só no talento que se baseia a atual jornada destes quatro pugilistas, suas carreiras estão nas mãos dos melhores empresários do ramo.

Esquiva Falcão, Yamaguchi Falcão, Everton Lopes e Patrick Teixeira. Apenas o último é mais desconhecido de quem não acompanha o boxe de perto. Os irmãos Falcão e Everton brilharam no boxe olímpico. Esquiva foi prata em Londres-2012, Yamaguchi ficou com o bronze na mesma competição e Everton se tornou o primeiro brasileiro campeão mundial, em 2011. O trio desistiu de tentar um ouro nas Olimpíadas do Rio, em 2016. Patrick, por outro lado, apostou no boxe profissional e já tem 25 lutas, invicto.

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Em comum, eles têm o fato de terem chamado a atenção das maiores promotoras de boxe da atualidade. Três deles – Yamaguchi, Everton e Patrick – assinaram com a Golden Boy Promotions, de Oscar de la Hoya. Esquiva é promovido pela Top Rank, de Bob Arum, o homem que agencia Manny Pacquiao. Todos estão lutando nos Estados Unidos, com carreiras invictas e espaço para crescerem.

A diferença entre muitos dos lutadores com potencial que surgiram nos últimos anos e esta nova fase do boxe brasileiro está no maior respaldo que o nome dos brasileiros ganham com a representação destas empresas. Se muitos nomes do país viraram “comida de peixe” no exterior, sendo colocados contra rivais de nível desproporcional, enfrentando adversários foras de suas categorias e algumas vezes sendo prejudicados em lutas – principalmente as encerradas por pontos -, agora eles sabem que devem ter uma carreira construída de forma mais favorável.

Para Wilson Baldini Jr., blogueiro de boxe do UOL Esporte, a combinação de uma boa geração com um encaminhamento profissional de suas carreiras é promissor.

“A geração é muito boa. Esquiva, Yamaguchi e Everton foram muito bons no amadorismo, e o Patrick tem crescido muito no profissional”, analisou ele. “Ter Top Rank e Golden Boy é o máximo pra um lutador. Até acho a Top Rank melhor, pois ela "adota" o lutador. Dá casa, comida, local de treino, tudo. No Brasil, não há apoio. Infelizmente, eles precisam vencer aqui e depois voltar como campeões para o Brasil. Acho que se outros do passado tivessem esse apoio que estes lutadores tem agora, poderiam ter ido muito longe.”

Analisando cada um, Baldini destaca um jovem de 24 anos como a grande promessa. “Hoje, o Patrick é o melhor deles. Provou na última luta que é muito frio. Até brinquei e falei que ele é o Ademir da Guia do boxe. Sua variedade de golpes impressiona e também a calma para conseguir as vitórias. O Esquiva tem melhorado muito. Fisicamente, está muito forte. O Yamaguchi tem muito talento, mas precisa se acalmar nas lutas não entrar na pilha dos adversários. Equilibrado ele é muito bom, mas perde o controle fácil. O Everton é o mais ‘novo’, mas demonstra ser focado demais e tem talento.”

Um quinto nome com bons resultados é Vitor Jones Freitas, sobrinho de Popó. Já no profissional e trabalhando com a Banner Promotions, com quem Popó também já teve acordo, Vitor tem 9 vitórias e um no contest (por doping).

Os quatro campeões pelo Brasil na história foram Eder Jofre - com dois cinturões, em dois pesos -, Miguel de Oliveira, Popó - quatro títulos, em duas categorias - e Valdemir Pereira, o Sertão.