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Ex-PM é condenado a 22 anos de prisão por matar promessa do boxe brasileiro

Tairone Luis Silveira da Silva - Divulgação
Tairone Luis Silveira da Silva Imagem: Divulgação

Hygino Vasconcellos

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

27/09/2019 11h45

O ex-policial militar Alexandre Camargo Abe foi condenado a 22 anos de prisão pelo morte de Tairone Luis Silveira da Silva, 17 anos, uma das maiores promessas do boxe brasileiro. O crime aconteceu em março de 2011, quando o jovem foi baleado pelo PM em Osório, no litoral do Rio Grande do Sul. A defesa do réu vai recorrer da decisão.

Segundo a acusação, o réu se incomodava com o fato de amigos da vítima reunirem-se em local próximo à sua casa, no Bairro Sulbrasileiro. No dia do crime, por volta do meio-dia, Tairone passava em frente à residência quando Abe o chamou. Sem obter resposta, o ex-policial saiu atrás da vítima e atirou três vezes à queima-roupa, acertando um disparo na altura do quadril e outro no ombro.

Em seu depoimento, Abe disse que foi xingado pelo boxeador e agiu em legítima defesa. "Fui tirar satisfação e começou a briga. Quando viu a arma ele ficou transtornado e me deu um chute. A minha reação foi efetuar o disparo na parte da perna. Escolhi onde ia disparar, para ele parar e ele não parou", contou o ex-PM.

Segundo testemunhas, Abe tinha sentimento de inveja e frustração de não impor a sua condição de policial à vítima, que tinha projeção nacional dentro do esporte que praticava. Conforme a denúncia do MP, o policial se sentiu ultrajado e desprezado no momento em que o boxeador não atendeu ao seu chamado.

Ainda no interrogatório, Abe relatou que disparou novamente porque viu que iria perder a arma. Após os tiros, tentou contato com o 190, mas sem sucesso. Por isso, colocou o jovem acompanhado da mãe dentro de um carro e os levou até o hospital, onde o jovem acabou morrendo. Um dos tiros em Tairone perfurou o pulmão esquerdo, o coração e o fígado, e se alojou na cavidade pleural, o que causou a morte do boxeador.