Agência antidoping explica métodos de Lance Armstrong para burlar testes
A Agência Antidoping dos Estados Unidos (Usada) montou relatório com provas “conclusivas e irrefutáveis” sobre o escândalo no caso de Lance Armstrong e a medida foi acatada pela União Internacional de Ciclismo (UCI) na última segunda-feira. Depois de dar detalhes sobre o esquema do ex-ciclista para competir dopado, a Usada explica como um teste do norte-americano nunca deu positivo e, assim, o ex-ciclista nunca foi suspenso em toda sua carreira como profissional.
PASSO A PASSO
1 – Evitar os testes
Apesar de parecer pouco provável, a Usada garante que isso acontece entre os ciclistas. Outra medida preventiva consistia em ter uma equipe de vigilância para detectar possíveis controles e se deslocar para lugares distantes.
2 – Substâncias de difícil detecção
No início da última década, os testes ainda tinham dificuldades para identificar doping sanguíneo ou por HGH, EPO e testosterona.
3 – Um bom médico
Michele Ferrari, conhecido e controverso médico do mundo do ciclismo, teria boa relação com Armstrong e, entre outras medidas, poderia “falsificar” um teste para EPO estimulando a produção natural dessa substância.
4 – Soluções salinas
Um médico também poderia aplicar soluções salinas nos ciclistas para baixar o nível de hematócrito antes de um teste.
Em primeiro lugar, a Agência duvida que o ex-ciclista nunca tenha sido flagrado. Em 1999, seu teste deu positivo para cortisona enquanto liderava a Volta da França, mas Armstrong não foi suspenso porque alegou que o doping era decorrência do uso de um creme. Mais tarde, seus companheiros na equipe US Postal, Tyler Hamilton e Floyd Landis, afirmaram que Armstrong revelou ter testado positivo para EPO durante a Volta da Suíça, em 2001. O ex-ciclista, porém, “chegou a um acordo financeiro para ocultar a prova”.
Nesta quarta-feira, a Usada explica os passos para que os testes de Armstrong nunca tenham dado positivo, como publica o site espanhol Mundo Deportivo.
O primeiro passo seria evitar os testes. Apesar de parecer pouco provável, a Usada garante que isso acontece entre os ciclistas, que são “aconselhados a não abrir a porta (de suas casas) para um controle antidoping depois de terem consumido EPO (eritropoietina)”.
Outra medida preventiva consistia em ter uma equipe de vigilância para detectar possíveis controles e, então, se deslocar para lugares distantes. Por último, a Usada diz que “a equipe era capaz de saber quando os ciclistas seriam testados e parecia ter informações privilegiadas sobre os testes”. Além disso, George Hincapie, um dos fiéis escudeiros de Armstrong, revelou que o compatriota abandonou uma prova na Espanha porque teria de passar por um teste.
O segundo passo do controle seria o uso de substâncias difíceis de serem detectadas. Entre 1998 e 2005, os testes não puderam provar o doping sanguíneo ou por HGH, hormônio de crescimento humano. Com um tempo de detecção muito curto, EPO não era identificado nos testes até 2000, quando se passou a usar testes de urina, e a testosterona também era de difícil detecção. Todos esses, segundo a Usada, seriam métodos utilizados por Armstrong.
A terceira prova consiste em ter um bom médico ao seu lado. Armstrong teria uma boa relação com Michele Ferrari, que supostamente sabia o que era preciso fazer em relação ao controle antidoping. O uso de EPO pode ser "falsificado” estimulando a produção natural dessa substância, seja em elevadas altitudes ou dormindo em uma câmara hipobárica, o que estimula a produção de glóbulos vermelhos.
Por último, a Usada apresenta que as soluções salinas são um meio de burlar os testes. Segundo o relatório, a US Postal injetou solução salina em seus ciclistas para escapar de controles antidoping e um dos maiores casos aconteceu em 1998, quando Ferrari escondeu no casaco de Armstrong uma bolsa com solução para o ciclista baixar seu nível de hematócrito antes de uma análise sanguínea.
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