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Presidente do COI crê que 'caso Armstrong' será um marco na luta contra o doping

Lance Armstrong teve sua medalha de bronze em Sydney-2000 retirada pelo COI após escândalo - AP Photo/Ricardo Mazalan
Lance Armstrong teve sua medalha de bronze em Sydney-2000 retirada pelo COI após escândalo Imagem: AP Photo/Ricardo Mazalan

Das agências internacionais, em Lausane (Suíça)

24/01/2013 12h41

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, falou sobre o escândalo envolvendo o ciclista norte-americano Lance Armstrong. O dirigente classificou o episódio como uma ‘história triste’ e acredita que a punição ao heptacampeão da Volta da França se tornou um marco na luta contra o doping.

“É uma história triste, mas devemos toma-la como uma oportunidade, ‘um antes e depois’, para que um novo espírito chegue ao ciclismo, que a luta contra o doping siga se intensificando”, disse Rogge, em entrevista à AFP. “Esperamos que este seja o ponto a partir do qual se intensifique a luta contra o doping”.

“Armstrong se comprometeu a participar de uma comissão de verdade e reconciliação. Ele demonstra remorso e arrependimento, como demonstrou na entrevista. Acredito que isso possa enviar um sinal para os jovens corredores”, completou o dirigente.

Rogge evitou criticar o atual presidente da União Ciclística Internacional (UCI), Pat McQuaid, e seu antecessor, Hein Verbruggen, investigados por suspeita de terem encoberto o esquema de doping de Armstrong. O mandatário disse aguardar o resultado das investigações para saber se houve ou não envolvimento dos dirigentes.

“Os pedidos para demissão [do COI] só são válidos a partir do momento em que existam provas. Será o trabalho da comissão independente da UCI determinar se houve culpa ou não. Antes temos que investigar e julgar, depois punir. Não o sentido inverso”, afirmou Rogge.

Segundo o dirigente, o escândalo de Armstrong pode ser comparado ao caso da velocista norte-americana Marion Jones, punida por doping no início dos anos 2000. Para Rogge, ambas as polêmicas mostram que existem falhas nos procedimentos dos exames antidoping.

Após 12 anos no comando da entidade, Jacques Rogge deixa a presidência do COI em setembro deste ano. O dirigente lamentou que o fim de seu mandato seja marcado pelos problemas enfrentados pela UCI e pela Agência Mundial Antidoping no caso Armstrong.

“Peço uma colaboração honesta e sincera entre a UCI e a Agência Mundial Antidoping. É uma pena que as pessoas não se entendam, já que somente uma sinergia pode atingir um resultado favorável”, afirmou o dirigente.