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Wada rebate críticas e afirma que federações não escondem doping no ciclismo

Do UOL, em São Paulo

24/01/2013 21h01

A declaração do ex-chefe de ciclismo Hein Verbruggen, de que os órgãos esportivos internacionais discutiam normalmente as amostras de sangue com os atletas, irritou a Agência Mundial Antidoping (Wada). Nesta quinta-feira, a entidade mostrou seu incômodo e criticou as afirmações do ex-mandatário.

“A Wada não tem provas de que outras federações internacionais estavam discutindo os resultados atípicos nos exames de sangue ou resultados de testes com os atletas”, disse a entidade em um comunicado divulgado nesta quinta-feira.

Presidente da União Internacional de Ciclismo (UCI) de 1991 a 2005, Verbruggen deu uma declaração para a revista holandesa Vrij Nederland afirmando que, ao longo dos anos, avisou dezenas de ciclistas, incluindo Lance Armstrong, de que os testes possuíam resultados suspeitos.

“Essa costumava ser a política da UCI e de fato também de outras federações. A ideia era discutir os resultados atípicos nos exames de sangue com os ciclistas. Os pilotos que se dopavam, mas que ainda não haviam sido pegos nos testes, eram avisados de que estavam sendo observados e que poderiam se tornar alvos no futuro. O objetivo era fazê-los parar de utilizar substâncias proibidas”, disse Verbruggen na quarta-feira.

Na contramão do ex-mandatário da UCI, a Wada rapidamente tratou de criticar as declarações e afirmou que jamais praticou tal abordagem.

“Essa atitude contradiz totalmente o propósito de um programa antidoping eficaz, que deve ser destinado a evitar, detectar e prevenir os atletas de doping", afirmou.

Por último a entidade afirmou que a prática citada por Verbruggen prejudica totalmente a credibilidade de qualquer órgão.
"Além disso, qualquer federação internacional que fizesse uma coisa dessas iria deixar-se abrir a críticas com relação à sua imparcialidade e integridade.”