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Ex-ciclista da Volta da França admite doping: 'fiz isso por muitos anos'

Erik Zabel, ciclista - AP
Erik Zabel, ciclista Imagem: AP

Do UOL, em São Paulo

28/07/2013 14h12

O ex-ciclista alemão Erik Zabel admitiu ter se dopado quando estava no auge da carreira. Foram encontradas substâncias consideradas dopantes em exames colhidos em Zabel em 1998 para a Volta da França.

"Dopei-me durante anos. EPO, cortisona, doping sanguíneo, de tudo um pouco", declarou ao jornal alemão Sueddeutsche.

Ele afirma que por muito tempo sustentou a mentira, pois a confissão estragaria seu sonho de ser um profissional bem sucedido. Mas ele sentiu a necessidade de contar tudo porque não conseguia mais "se ver no espelho".

"Acima de tudo, queria manter a minha vida, a minha vida de sonho como ciclista profissional que tanto ama. Na altura, o egoísmo de querer continuar a viajar e ter esta vida foi mais forte do que a verdade. Mas agora quero voltar a olhar ao espelho...".

O senado francês divulgará nesta quarta-feira mais um escândalo de doping no Ciclismo, e novamente na Volta da França. Análise de amostrar colhidas em 1998 apontam que os três primeiros colocados da prova naquele ano estavam dopados.

Segundo o jornal Le Monde, uma comissão do senado francês concluiu que o italiano Marco Pantani, vencedor da edição realizada há 15 anos, o alemão Jan Ullrich e o americano Bobby Jullich, que completaram o pódio, utilizaram EPO (Eritropoietina) para competir.

Os resultados daquela edição já não podem ser alterados.Outros atletas que participaram daquela edição também estão na lista de dopados, entre Erik Zabel.

Em 1998, a Volta da França foi palco do primeiro grande escândalo de doping no Ciclismo, quando todos os membros da equipe Festina foram banidos por doping.

No caso, um grande carregamento de substâncias proibidas foi encontrado com o massagista da equipe, Willy Voet. A investigação acabou descobrindo um sistema de doping contínuo dentro da equipe, assumido pelo presidente da Festina, Bruno Roussel, dias depois. Diversas equipes também se retiraram da prova após o início das investigações.

ESTRELA DO CICLISMO, ARMSTRONG TAMBÉM ADMITIU DOPING

  • AFP PHOTO/HARPO STUDIOS/GEORGE BURNS

    2004 - Armstrong é acusado de doping em um livro escrito pelos jornalistas David Walsh e Pierre Ballester.

    2005 - Imprensa francesa acusa Armstrong de usar a substância proibida EPO (Eritropoietina) para vencer o Tour de France. Nada foi comprovado pela ineficácia dos exames.

    2010 - Ex-companheiro de Armstrong, Floyd Landis admite doping e acusa o ex-parceiro de ter feiro o mesmo. Órgão administrativo de Medicamentos e alimentos dos EUA abre processo contra Armstrong.

    2011 - Mais dois ex-companheiros de Lance Armstrong acusam o americano de ter se dopado. Autoridades da Itália, Suíça, França e Espanha apoiam os EUA nas investigações.

    2012 (fevereiro) - Fiscal federal norte-americano encerra investigações sobre o ciclista e a Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA) inicia sua própria inquirição.

    2012 (agosto) - Agência Antidoping dos Estados Unidos (USADA) acusa Armstrong de doping com base em exame de sangue e depoimento de ciclistas

    2012 (outubro) - Informativo da USADA de 202 páginas, com mil testemunhos e estudos do caso, acusa Armstrong de ter criado "o programa de doping mais sofisticado da história do esporte". União Internacional de Ciclismo desconsidera as sete vitórias do americano na Volta da França. Nike põe fim em contrato com o ciclista.

    2013 (janeiro) - Armstrong admite ter de dopado e pede desculpas pessoalmente aos integrantes de sua fundação de luta contra o câncer Livestrong.

    2013 (janeiro) - COI anuncia a retirada da medalha de bronze conquistada por Armstrong na Olimpíada de Sydney-2000.