Ele queria cruzar Sibéria de bicicleta. Congelou em 3 min e quase morreu
Uma aventura ousada de um ciclista quase terminou em tragédia. O espanhol José Andrés Abián, 48 anos, tomou como desafio cruzar os mais de 4 mil km da Sibéria sobre a sua bicicleta. O plano deu errado em pouco tempo. Com as temperaturas de quase 50ºC negativos, o atleta congelou rapidamente e quase morreu ainda no início da trajetória.
A história de Abián foi contada pelos principais jornais espanhóis nesta terça-feira (18). Em uma das primeiras paradas, o ciclista interrompeu o trajeto para acampar no meio do frio glacial russo e sofreu as consequências da temperatura baixíssima. No período de apenas três minutos, a mão congelou.
"Aqui anoitece já por volta das 15h. Eu parei e estava montando minha barraca com uma temperatura de -50ºC. Peguei uma luva para armar a tenda mais rapidamente, mas em menos de cinco minutos fui congelado pelo frio", contou o aventureiro.
O ciclista, mesmo com a mão congelada, montou a barraca e conseguiu dormir. Mesmo diante das adversidades, o plano era seguir com o desafio.
Sorte do espanhol é que, horas depois, crianças encontraram-no no meio do frio. De lá saiu o resgate que poupou a vida de Abián.
"Estava dormindo, bem, mas aí passaram umas crianças e me encontraram. Eu despertei assustado. Colocaram-me em um carro, e na realidade sabia que tinha algo com meus dedos", relatou o espanhol, ainda sem abandonar o sonho de cruzar a Sibéria de bicicleta.
"No ano que vem volto a tentar", disse Abián, que virou notícia na Rússia antes de ganhar as manchetes dos principais jornais espanhóis.
Segundo relatos da imprensa russa, os jovens Vaja Chemurziev, Musa Mutsolgov e Aslan Jabriev foram os responsáveis por salvar o aventureiro espanhol.
O trio havia encontrado o ciclista na estrada horas antes e decidiu seguir o caminho traçado, com receio de encontrar o atleta em situação de risco pelo frio.
Albián é um ciclista experiente e tem no currículo viagens em lugares como Índia, Nepal, Irã, Iraque, Líbano, Paquistão, Jordânia e Mongólia. Ele chega a Madri na quarta-feira para seguir tratamento e salvar os dedos congelados na frustrada disputa contra as temperaturas glaciais da Sibéria.
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