Topo

14 Anéis

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Cinco destaques e observações da semana que passou na NBA

Giannis Antetokounmpo sobre para a enterrada sobre Joel Embiid - NBA/Twitter
Giannis Antetokounmpo sobre para a enterrada sobre Joel Embiid Imagem: NBA/Twitter

01/04/2022 04h00

Para fechar a semana, é hora da minha coluna-homenagem ao melhor analista de basquete do planeta, Zach Lowe, que toda sexta-feira faz uma coluna de "10 Coisas Que Eu Gosto Ou Não" da NBA. Como eu não sou nem de longe tão bom quanto ele, eu me contento em trazer a metade disso: cinco destaques ou observações dos últimos dias na NBA, assuntos que não valem uma coluna inteira mas ainda merecem algum destaque.

Vamos a isso.

Duelo de candidatos a MVP

O jogo entre Bucks e Sixers, terça-feira à noite, não significava nada demais; era apenas um jogo ao longo de 82, e nenhum dos times estava usando todas as armas à disposição. Ainda assim, foi um jogo interessante e um dos motivos é que se tratava de um confronto direto entre dois dos favoritos ao prêmio de MVP da temporada, Giannis Antetokounmpo e Joel Embiid.

E, no duelo, ambos tiveram a chance de mostrar suas credenciais. Embiid terminou o jogo com 29 pontos, 14 rebotes, 7 assistências e deixou claro que os Bucks simplesmente não tinham como defender o pivô. Ele passou por cima de marcações duplas e triplas, finalizou no aro, acertou arremessos impossíveis de fora, e bateu qualquer defensor na sua frente.

Mas o vencedor do jogo e do duelo individual foi Giannis. Foram 40 pontos, 14 rebotes, 6 assistências e 3 tocos para o grego, e mesmo essa linha estatística absurda não faz jus ao que ele fez em quadra. Com os Sixers liderando por 11 pontos no terceiro período, Giannis anotou quinze pontos SEGUIDOS para recolocar os Bucks no jogo, com ninguém nos Sixers sendo minimamente capaz de parar o grego. E, nos segundos finais, Giannis deu um toco perfeito, espetacular em cima de Embiid para garantir a vitória de Milwaukee. Como disse Embiid, os Sixers jogaram bem, mas Giannis foi imparável.

Um jogo, claro, não deveria ser o fator a decidir um prêmio da temporada completa; ainda assim, é difícil ignorar o quão dominante Giannis foi mais uma vez no confronto direto contra os principais rivais.

Ajustes táticos de Bucks e Sixers

Além do duelo Giannis vs Embiid, também foi muito divertido acompanhar o jogo de xadrez tático que aconteceu ao longo da partida. Claro, os times não estavam usando todas suas jogadas e todas suas estratégias ou suas rotações de playoffs mas ambas as equipes aproveitaram para fazer testes com diferentes jogadas e defesas.

Em particular, o foco tático da partida foi em como os Bucks tentavam defender a jogada mais importante dos Sixers, o pick-and-roll entre Harden e Embiid. Os Bucks tentaram diferentes formas para responder à jogada e conter o ataque de Philly, enquanto os Sixers mostravam pequenas variações para responder - dando uma pequena visão dos ajustes que podemos esperar em uma eventual série de playoffs.

Durante a maior parte do jogo os Sixers levaram vantagem, com Embiid e Harden triturando a defesa dos Bucks no jogo a dois, e achando companheiros livres quando os Bucks tentavam dobrar a marcação.

Foi só no final do jogo que os Bucks finalmente conseguiram sufocar o PnR dos Sixers, colocando três defensores para marcar a ação a dois entre Harden e Embiid, enquanto direcionava os jogadores de Philly para posições em quadra onde um passe para os companheiros livres ficava muito mais difícil - e com Giannis marcando dois jogadores fora da bola ao mesmo tempo.

Você pode ter certeza que os outros times do Leste vão estudar as jogadas dessa partida com atenção em busca de informações sobre a melhor forma de parar as estrelas dos Sixers.

Bem vindo de volta, Paul George

De fora das quadras desde dezembro de 2021 com uma lesão no cotovelo - e vendo seu time cair na tabela na sua ausência, embora ainda mantendo um respeitável oitavo lugar - Paul George finalmente fez seu retorno às quadras pelo Los Angeles Clippers na partida contra o Utah Jazz. E o retorno não poderia ter sido mais épico, com os Clippers virando uma vantagem de VINTE E CINCO PONTOS no placar para sair com a vitória diante de um Jazz em crise. Paul George, em minutos limitados, contribuiu com 34 pontos, 6 assistências e 4 roubos de bola, terminando +15 em quadra.

A volta de Paul George, em geral, é uma notícia de enorme importância. Os Clippers se mantiveram acima da água com performances aceitáveis na ausência de George e Kawhi Leonard (este ainda uma incógnita para voltar a jogar), mas a presença da sua estrela transforma por completo os Clippers. É difícil ver os Clippers brigando pelo título sem Kawhi E George em quadra, mas é evidente que a volta de George coloca esse time em outro patamar - e adiciona um tempero a mais no play-in e (talvez) nos playoffs da Conferência Oeste.

Boas notícias para os Celtics

Vindo de mais um massacre sobre um time de playoffs - no caso, uma vitória por 22 pontos contra os Timberwolves - o Boston Celtics tinha ascendido ao topo do Leste e se posicionado como o time a ser batido na NBA, o favorito dos modelos estatísticos para conquistar o título. Tudo ia bem nas hostes celtas... até a notícia de que seu pivô titular, Robert Williams, tinha rompido o menisco e estava fora por tempo indeterminado.

Ainda que não fosse uma sentença de morte para Boston - o time ainda é bom sem Williams e continua brigando por título - a perda do seu pivô titular, candidato a defensor do ano e parte fundamental da sua identidade e da virada de chave na temporada era um golpe duríssimo. Sem Williams, Boston não era o time dominante que vinha varrendo a NBA; a margem de erro era muito menor, e seu favoritismo era colocado em xeque.

Mas, nessa quarta-feira, vieram as boas notícias. A lesão não envolvia uma ruptura completa do menisco, apenas um dano localizado. O tempo de recuperação estimado de Williams é de 4 a 6 semanas, tendendo ao primeiro, o que significaria que Williams poderia estar de volta à rotação dos Celtics antes da segunda rodada dos playoffs (se os Celtics chegarem até lá). Claro, lesões no joelho são sempre complicadas, mas dadas as circunstâncias, era o melhor cenário possível para Boston: se o time conseguir avançar nos playoffs e se manter acima da água até lá, existe ainda uma chance da equipe estar completa e pronta para brigar pelo título a tempo.

Ótima notícia, de fato.

Essa jogada do Phoenix Suns

Poucas coisas na NBA são mais bonitas que uma jogada bem desenhada, e essa em particular chamou minha atenção na vitória dos Suns sobre o Philadelphia 76ers.

Com Paul levando a bola para o ataque, parece que os Suns vão executar uma jogada para Mikel Bridges: ele recebe o corta-luz de Biyombo no topo do garrafão, atravessa o arco dos três pontos e gesticula para Landry Shamet (na zona morta) se aproximar para fazer um segundo corta-luz.

Mas é um disfarce. Com a defesa focada em Bridges, Shamet corre para o centro da ação e os Suns executam a verdadeira jogada, o chamado Spain (ou stack) pick-and-roll: Biyombo faz o corta-luz para Chris Paul, e Shamet faz o corta-luz no marcador de Biyombo (DeAndre Jordan), a fim de impedir que ele possa ajudar contra a infiltração de Paul. Maxey, defendendo Shamet, precisa então avançar para que Paul não tenha caminho livre até a cesta, mas nisso ele perde contato com Shamet, que corta para o perímetro livre para a bola de três pontos.

Lindo desenho, e perfeita execução - duas das coisas que fazem desse Phoenix Suns um time tão espetacular.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL