Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
NBB: SESI Franca volta ao Pedrocão em busca do seu primeiro título
1999.
Esse não é apenas um número aleatório para começar o texto, e sim o ano do último título nacional do Franca Basquete, dez anos antes da criação do atual campeonato nacional, o NBB. O maior campeão nacional com 11 títulos, a cidade que é conhecida como a "Capital do basquete brasileiro" não vê seu time como campeão brasileiro a mais de 20 anos. Após ser vice-campeão do NBB em 2010-11 e 2018-19, essa é a melhor oportunidade de Franca tirar o grito de campeão que está preso na garganta. A equipe abriu 2 a 0 na série melhor de cinco e, apesar de ter sido derrotada no Jogo 3 pelo Flamengo por 81 a 75, agora tem duas oportunidades diante da sua torcida de conquistar o título do NBB pela primeira vez.
Por que a volta para Franca é tão importante? Simples: a última derrota da equipe no Pedrocão pelo NBB aconteceu há dois anos e meio, no dia 19 de dezembro de 2019, contra o São Paulo (embora vale lembrar que na temporada 2020-21, por conta da pandemia, não aconteceram jogos no Pedrocão). Na atual temporada, o Franca fez 20 jogos e teve 20 vitórias no seu ginásio, 100% de aproveitamento, incluindo dois triunfos contra o próprio Flamengo: 90 a 85 na fase de classificação, e 85 a 79 no jogo 1 da decisão, no dia 28 de maio. Com a possibilidade de título, a torcida já se movimentou e esgotou todos os ingressos ainda na segunda-feira, poucas horas depois da vitória do Flamengo ter forçado esse Jogo 4.
Apesar do Franca estar perto da conquista, isso não quer dizer que o título já está ganho. O Flamengo mostrou no Jogo 3 que ainda está vivo e sonhando com o título. O rubro-negro tem a história do Bauru como inspiração para a busca pelo título do NBB: na temporada 2016-17, o Bauru conquistou o título após perder os dois primeiros jogos contra o Paulistano, a única virada desse tipo que o NBB já viu. No jogo 3, o Flamengo conseguiu rodar bem seus jogadores, e atletas como Olivinha e Balbi - que estavam sumidos nas finais - contribuíram muito bem: o ala-pivô deu o sangue em quadra (literalmente), marcou 27 pontos e foi eleito o MVP da partida. Já o argentino, que não vinha de boas atuações, assumiu a armação do ataque rubro-negro e contribuiu com nove pontos, nove assistências e oito rebotes.
Também vimos como, no segundo tempo, o Franca ficou preso na marcação do Flamengo, principalmente dentro do garrafão, limitando o time francano a apenas 10 pontos no terceiro quarto e iniciando o caminho da vitória da equipe carioca. Nos rebotes, onde o Franca ganhou nesse quesito nos dois primeiros jogos, a mesma história: o time rubro-negro levou a melhor no fundamento (45 a 42). Gustavinho acertou em entrar com Faverani no quinteto titular; o pivô, que já atuou na NBA com a camisa do Boston Celtics, ajudou o time carioca a vencer nos números de rebotes e foi parte do bom trabalho do Flamengo defensivamente. Helinho vai ter trabalho para o Jogo 4: já com a possibilidade do título, existe a chance do Franca entrar afobado para acabar com o jogo e o Flamengo se aproveitar disso, mas a promessa de jogão é certeza, e o Pedrocão vai estar vibrante como poucas vezes se viu.
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