Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O que não surpreendeu ninguém esta semana no futebol
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ROBINHO
Surpreendendo um total de zero pessoas atentas aos fatos, a justiça italiana confirmou a pena de nove anos de prisão para Robinho, por estupro coletivo. A condenação foi mantida, com destaque para o "particular desprezo em relação à vítima, que foi brutalmente humilhada" e a tentativa da defesa de "enganar as investigações oferecendo aos investigadores uma versão dos fatos falsa e previamente combinada."
Cabe o último recurso, na terceira e última instância para o jogador e aqueles que insistem em defender o indefensável. Até quando vai ter gente passando pano para estuprador? E, antes que mais uma vez me amolem com o já popular "quem é você pra julgar", adianto-me: ninguém. Por isso mesmo, quem julgou foi a justiça italiana, não eu.
RENATA SILVEIRA
Na contramão da misoginia ilustrada pelo caso Robinho, Renata Silveira é um bálsamo para nossos ouvidos tão cansados. Narrando Botafogo x Moto Club no SporTV, pela Copa do Brasil, e surpreendendo um total de zero mulheres, ela comprovou que só chega nas alturas quem é maravilhosa, talentosa e persistente.
Milly Lacombe, outra fundamental pioneira para mulheres no futebol, foi absolutamente perfeita nesta coluna. A gente sente um misto de choque e alegria e tristeza e alegria de novo. Choque por nem sequer ter considerado que isso poderia acontecer. Alegria por finalmente acontecer. E tristeza por demorar tanto para acontecer.
Todo ineditismo feminino me deprime um pouco, afinal já é 2021 e mulheres não deveriam estar fazendo nada pela primeira vez. Mas é o que temos e haver uma Renata hoje é o primeiro passo para que Renatas sejam lugar-comum num futuro não tão distante.
PARADA DO FUTEBOL
Surpreendendo um total de zero paulistas, o futebol vai parar no Estado. Menos compreensível é que isso aconteça somente na segunda e que haja discussão para manter os jogos, em outras localidades. Um ano atrás, a parada da NBA nos Estados Unidos foi o primeiro grande sinal para a população de que a pandemia era real.
Para além da questão prática, de toda a movimentação que envolve uma partida de futebol e o risco a que expõe centenas de pessoas (que, depois, têm contato com mais centenas de pessoas), a paralisação é uma clara mensagem para os brasileiros: o bicho pegou.
Foi o que motivou a suspensão dos jogos em março de 2020, quando morriam aqui menos de 60 (!) pessoas por Covid-19. Os 2.233 óbitos registrados ontem significam 60 mortes a cada 20 minutos (!). O futebol pode ter protocolos, mas não há como negar que o vírus está fora de controle no país.
"Sabemos e assumimos a responsabilidade do futebol na luta contra a expansão da Covid-19 no Brasil", afirmou o presidente da CBF, Rogério Caboclo, um ano atrás. O que mudou de lá pra cá, além dos mais de 270 mil mortos?
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