Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
É dia de celebrar o futebol ofensivo, não de encher o saco
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A vontade de criticar detalhes sempre existe, mas como não celebrar uma noite na Libertadores com quatro vitórias em cinco jogos, sendo três goleadas?
Os brasileiros marcaram 15 gols. Quinze. É muita coisa, especialmente para um futebol cansado, massacrado pelo país e pelo calendário.
É lógico que o Flamengo ainda precisa evoluir no seu sistema defensivo, parar de tomar gol em todas as partidas e a torcida deixar o Rogério em paz por um minuto.
Abel Ferreira precisa parar de tomar cartão, e o Palmeiras provavelmente se beneficiaria com mais um centroavante.
O Internacional ainda não se firmou, resta ver se Ramirez vai dar sua cara ao time, se Galhardo vai voltar à velha forma.
O Atlético-MG precisa marcar gols.
O Santos, nossa, o Santos precisa de muita coisa, inclusive pagar salários.
Agora, pelo amor das deusas, a gente precisa elogiar, sem reservas, o que aconteceu ontem.
O primeiro gol do Flamengo, porque foi um gol de equipe mesmo, e a pintura do Pedro são dádivas do futebol.
O gás e a letalidade do Rony em um dia inspirado vêm de outro mundo.
A classe do Galhardo no terceiro gol do Inter e alguns lances do Hulk também encheram os olhos.
Faço aqui uma mea culpa: a colunista ranzinza que só escreve para reclamar do mundo chega agora pagando de paz e amor, copo meio cheio, bora ver o lado bom das coisas. Não é para tanto.
Mas a vida anda tão difícil, que não aproveitar uma noite entupida de tentos parece um desperdício. Como se a gente tivesse alegria sobrando para poder esbanjar.
Minha humilde sugestão: vamos parar de encher o saco um pouco e só curtir o balouçar das redes.
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