Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O que sabemos antes do último capítulo do Brasileirão
Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail
Tivemos um campeão e dois rebaixados antes de ter todas as equipes com o mesmo número de jogos. Este é o Brasileirão 2021. Apesar de algumas definições precoces, só agora podemos realmente comparar a maior parte das campanhas sem aquele eterno: "times x e y estão empatados, mas x tem dois jogos a menos".
Essa ladainha alimentou infinitos debates, afinal a especulação é a mãe da mesa redonda. Mas se vencer as partidas de diferença, o Grêmio pode sair do Z4. Mas se o Flamengo conquistar os seis pontos, encosta no Galo.
O mais divertido nessas discussões é que, quase sempre, elas desafiam a lógica. Afinal, um time que está na ponta e precisa vencer as partidas que lhe faltam para encostar no líder, também precisa que este líder tropece consistentemente, o que é estatisticamente improvável. Da mesma forma que, para quem está na rabeira da tabela, é fácil contar com o tropeço dos adversários - afinal, se não tropeçassem o tempo inteiro, não estariam na lama. O duro é conseguir fazer o seu, quando nada parece dar certo.
Lógica, aliás, que esteve diversas vezes ausente neste Brasileirão. O São Paulo, por exemplo: perde do Bahia, ganha do Fortaleza, toma uma goleada acachapante do Flamengo, ganha bem do Palmeiras no Allianz, perde de 3 a 0 do Grêmio, ganha bem do Juventude. Ainda ontem cabia a dúvida: cai ou vai para a Libertadores?
Mais uma bizarrice desta enxurrada de vagas nos torneios continentais: só há praticamente dois grupos, o dos rebaixados e os dos classificados para alguma coisa (Libertadores direto, pré Libertadores, Sul-americana). Não fica ninguém de fora.
Já no campo da lógica "tem ano que time grande não escapa da degola nem com reza braba", o Grêmio vai para a derradeira rodada respirando por aparelhos, podendo realizar um feito digno da alcunha Imortal. Se sobreviver, terá passado duas rodadas fora da zona de rebaixamento: a primeira e a última. Quase uma versão reversa do Flamengo campeão de 2020, que só liderou as duas últimas rodadas.
Há ainda a bela conquista do Fortaleza, pavimentando a volta da força nordestina ao cenário nacional com uma meteórica ascensão da série C à fase de grupos da Libertadores, em apenas quatro anos.
Não faltam feitos heroicos, trágicos (arbitragem?) e até cômicos neste Brasileirão que vai acabando. O último capítulo, a ser exibido na quinta-feira, pode trazer reviravoltas na trama, lágrimas de tristeza e de alívio por todo o país.
Sem dúvida, há muito que corrigir e tentar melhorar para os anos vindouros (arbitragem?), mas vejo esta edição - independentemente do que acontecer no gran finale - como mais uma prova daquilo que tanto nos faz amar o futebol: nem sempre o melhor vence e o jogo só acaba quando termina.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.