Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Com quantas rodadas de antecedência o Galo leva o Brasileiro?
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Resposta: 37.
Essa pergunta (com essa resposta genial) pipocou nos meus grupos de zap de futebol no final de semana. Já no sábado, inclusive. O Atlético-MG nem tinha entrado em campo ainda. Bastaram os inícios sofríveis de Flamengo e Palmeiras.
Estreia. Uma rodada de 38. E já tem gente achando que seu elenco não chega vivo ao final. Já estão definidos os melhores, os piores, os deuses e os inaceitáveis.
Exagero, claro. Mas vivemos em um futebol de extremos, com ídolos sendo ameaçados, dois treinadores demitidos depois de uma partida, de altos e baixos que duram exatamente até a próxima derrota ou vitória. Como diz meu colega Paulo Massini, na cultura do nada presta.
Não tem jeito: Brasil não é terra de equilíbrio.
E nessa terra doida, o Galo, por enquanto, é rei. Até quarta-feira, pelo menos.
O time mineiro dispõe da combinação ideal - e necessária - para vencer calendário e adversários: um bom treinador, um elenco com profundidade (dois jogadores de nível por posição), força gigantesca nos jogos em casa. E Hulk.
Não é o único craque do time. Vejo-o, porém, como um dos poucos atacantes do futebol brasileiro que tiram sono de adversário. Que sabe se posicionar, é forte, habilidoso e matador. Como se viu na semifinal da Libertadores 2021, contra o Palmeiras, não é invencível. Mas é muito difícil de parar. Assim como deve ser o Galo em 2022.
Em copas, o futuro é mais difícil de prever. Um jogo ruim, uma atuação extraordinária inesperada, uma expulsão, um fator surpresa e o melhor time volta para casa lambendo as feridas, sem nem precisar perder.
Já em campeonato de tiro longo, em que as deficiências tendem a aparecer, cedo ou tarde, vejo o Atlético-MG bastante favorito. Assim como vejo Palmeiras e River igualmente favoritos na Libertadores, por conta de um elemento que, em mata-mata, é capaz de superar até um oponente melhor: foco e intensidade.
Mas como a coluna de hoje é sobre a primeira rodada do Brasileiro, meu outro destaque vai para o cansaço. Para o impressionante fato de que as principais competições acabaram de começar e o desgaste físico já deu as caras, prejudicando claramente algumas equipes, que dependem mais de uns poucos titulares.
Já não basta um grande técnico, elenco, estádio. É preciso ter estrutura, um departamento médico fenomenal, câmeras hiperbáricas, banheiras de gelo, planilhas de minutagem, excelentes profissionais dedicados a manter os jogadores suficientemente inteiros para sobreviver ao nosso calendário.
Sobreviver que é, afinal, a grande meta do brasileiro hoje em dia. Não só no futebol.
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