Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Abel Ferreira talvez seja seu pior inimigo
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No caso, inimigo dele próprio. Não seu inimigo, cara leitora ou leitor.
No dia em que se encerra mais uma janela de transferência, tudo indica que o Palmeiras não fará mais nenhuma contratação. Sairá, novamente, sem o tal 9 clamado por Abel e torcida. Torcida que já vinha tentando amar Carlos Vinícius, mesmo mal conhecendo o atacante. Não vai rolar.
Contratações dão certo e errado, não há ciência exata. O mesmo homem responsável por levar Gustavo Gómez ao Verdão fechou também o horrendo contrato de Lucas Lima, por exemplo. O time que não consegue se acertar com um atacante é o mesmo que descobriu Abel Ferreira. O problema é que há um jogador que dificilmente dá certo quando existe uma lacuna: o ninguém.
Mas o Palmeiras precisa mesmo de um atacante? Não está ganhando tudo com o elenco que tem? É aí que entra o fator Abel Ferreira. O homem tira leite de pedra. Este plantel que ele mesmo exalta tem limites claros. Faltam reservas à altura em mais de uma posição e, no caso, do ataque, falta um titular à altura de Veiga e Dudu e Danilo.
Só que Abel vai lá e dá um jeito de parar o Atlético-MG. Depois consegue vencer o Flamengo com um gol de Deyverson. Por pouco, não arrasta o Chelsea para uma disputa de pênaltis. Bate o Athletico e, na sequência, mete 4 a 0 sobre um grande rival, tirando uma diferença praticamente intirável em finais.
Sabe aquela pessoa que pega qualquer coisa que tem na geladeira e, sabe a deusa como, faz um risoto delicioso? Que até o pão na chapa dela é mais gostoso? Pois é, Abel é o cara que pega uns ingredientes nota 7 e entrega um prato nota 9. Aí vocês ficam querendo um 9 pra quê? Reclamando de barriga cheia, onde já se viu.
O problema é que isso não se sustenta eternamente. Os jogadores vêm de quase dois anos de um calendário excruciante. O cansaço pesa, as lesões aparecem mais frequentemente. Os adversários começam a entender melhor como o time atua. Os adversários, vejam só, se reforçam. E o Palmeiras continua só repondo peças perdidas - discutivelmente, com qualidade inferior aos que partiram.
Enquanto isso, Abel não reclama. E vai dando um jeito de fazer o time jogar e ganhar quando precisa. Vai encobrindo o problema. A dúvida é: até quando? Claro, não existe a obrigação de ganhar todas as Libertadores, de vencer o Campeonato Brasileiro de 2022, de levantar taças relevantes a cada seis meses. Mas existe a expectativa e ela precisa, no mínimo, ser gerenciada.
À Leila Pereira e a diretoria do Palmeiras, deixo a sabedoria de Zeca Pagodinho, Arlindo Cruz e Beto Sem Braço: camarão que dorme a onda leva.
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