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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

O futebol brasileiro anda medíocre e não é por acaso

Jogadores da Juazeirense comemoram gol sobre o Palmeiras na Copa do Brasil -  VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO
Jogadores da Juazeirense comemoram gol sobre o Palmeiras na Copa do Brasil Imagem: VINICIUS NUNES/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

12/05/2022 12h07

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Há problemas diferentes em cada clube, mas existe um vilão em comum, ingrediente chave da atual mediocridade: o calendário.

Cada rodada é um exercício de minimização de danos. Ufa, deu para o gasto. Avançamos à próxima fase. Com sorte, sem ninguém se machucar.

O desgaste resultante de dois anos de insanidade está cada vez mais aparente, especialmente no topo, onde a qualidade deveria ser maior.

Mesmo clubes com excelente histórico de seu departamento médico, como o Palmeiras, estão começando a sofrer com lesões recorrentes. O Flamengo tem, agora, fora de combate: Santos, Diego Alves, Gustavo Henrique, Fabricio Bruno, Filipe Luís, Matheus França e Vitinho.

Não há tempo para o jogador brasileiro se recuperar. Abel Ferreira nota isso em seu livro, "Cabeça Fria Coração Quente". Que o surpreendeu como os atletas daqui se dispõem a voltar mesmo sem estar 100% recuperados, para não perder partidas demais. Acostumam-se a viver com a dor e machucados. A sobreviver.

Duas semanas de DM equivalem a quatro, cinco ou seis partidas, possivelmente decisivas. Um mês? Impensável.

Se você joga em um dia, viaja, treina e joga de novo no outro, a que horas o corpo se regenera? Mesmo aquele ainda saudável?

Assistir a equipes brasileiras, hoje, é ver um futebol machucado. Cansado. Lento. Um que até dá para o gasto, mas claramente não vive seu potencial máximo.

Como escrevi semana passada, a Copa do Brasil vem sendo a maior prova disso. Os maiores clubes do país, com as mais robustas folhas salariais, suando para eliminar times de Série D.

O Atlético-MG só venceu uma de suas últimas seis partidas. O início da temporada 2021 do Galo também foi claudicante, então pode ser só o ajuste ao trabalho do novo treinador, mas...

Estamos nivelados. Por baixo. Por motivos de cansaço. É uma pena, porque temos mais futebol do que isso aí.

Bora continuar esse papo. Vocês me encontram no Twitter, Instagram e em vários lugares aqui do UOL.