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Por que as declarações de amor de Abel Ferreira importam tanto
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A vitória por apenas 1 a 0 contra o Emelec ontem pode não ter enchido os olhos da torcida, mas o que o Palmeiras vem construindo sob Abel Ferreira é maior do que os resultados dentro de campo.
E os resultados dentro de campo são uma campanha 100% e recordista de gols, nesta Libertadores 2022.
Já falei do entrosamento difícil de uma equipe que vai se desfigurando com os rodízios e até do lado emocional, de como é impossível sustentar por tanto tempo um certo nível de foco. Com o time já classificado em primeiro no seu grupo, o ritmo cai mesmo. Não dá para esperar só goleada.
Mas o que me chamou a atenção no dia de ontem do alviverde foram as declarações de Abel na coletiva. Sobre Danilo e sobre o 9 surpresa anunciado ontem, Miguel Merentiel.
"Ele [Merentiel] demonstrou muita vontade de vir. Tem características de profundidade, mais agudo. Não gosto de centroavantes que ficam esperando a bola, gosto dos móveis. Mas vamos ainda a procura de outro que possa nos ajudar na função."
E foi além: "Vocês querem jogadores de renome que vem para cá acabar a carreira. Não quero que venham para acabar a carreira. Quero jogadores com fome de continuar a crescer na carreira... Como este moleque que está aqui ao meu lado."
Quem estava do lado dele era Danilo, que creditou sua chegada à Seleção ao comandante português: "Eu acho que fui convocado porque ele de meu a oportunidade de assumir meu papel e ajudar a minha equipe". Foi tão bonitinho, que o técnico emendou um "Puxa-saco", para alegria dos presentes.
No dia de uma contratação que ninguém esperava, de um jogador que a maioria mal conhecia, Abel Ferreira fez o que Abel Ferreira faz: afagos conscientes. Eu quero você. Eu te vejo. Eu estou aqui para te ajudar. Lembrando que dias atrás, na coletiva após a vitória sobre o Red Bull Bragantino e diante de questionamentos sobre Rony, ele mandou um: "Uns gostam, outros não gostam. Eu amo ele".
E fez questão de lembrar que o atleta se "sacrifica" pelo time: "Temos um centroavante emprestado, o Rony. Se perguntar a ele onde gosta mais de jogar, ele vai dizer: 'Professor, eu gosto mais de jogar ali na 7'. Tu gostas, mas a equipe precisa de ti ali. Ano passado veio oferta de seis milhões de euros para levar esse para a Europa e eu pedi: 'Por favor, não me tirem esse jogador'".
Quem não gosta de se sentir valorizado, importante, amado, especialmente quando as dúvidas não param de chegar, de dentro ou de fora? Claro, é uma técnica motivacional manter as pessoas felizes. É, também, um gesto humano, de empatia, de carinho e, por que não, de amor.
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