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Ao São Paulo faltam jogadores, sorte e juízo
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Quem começou a acompanhar futebol nos anos 1990 talvez tenha dificuldade de entender o que acontece com o São Paulo atual.
Assistir a entrevistas de Rogério Ceni, hoje no comando da equipe, é quase inacreditável. Não pelos resultados, que de alguma forma ainda vêm acontecendo, com uns lampejos de talento, aqui e ali. (Palmas para quem trouxe Calleri, especialmente.)
O técnico tricolor tem um problema surreal nas mãos. E não é a falta de água na piscina do centro de treinamento.
É a possibilidade de não contar com jogadores de linha suficientes para sobreviver até o final da semana. Neste momento, há apenas 16 atletas disponíveis.
Na quinta-feira, o confronto contra a Universidad Católica no Morumbi, pela Sul-Americana, deve ser mais tranquilo, depois da excelente vitória fora de casa, por 4 a 2.
O problema serão as condições para enfrentar o Atlético-MG, na briga para se manter na ponta do Brasileirão.
Cinco atletas estão suspensos: os zagueiros Diego Costa e Léo, os volantes Rodrigo Nestor e Gabriel Neves e o atacante Luciano, que levaram o terceiro cartão amarelo na vitória sobre o Atlético-GO, por 2 a 1. Como eram dez os pendurados e Calleri foi amarelado, outros seis entrarão em campo pendurados, no próximo domingo: o artilheiro da equipe, mais André Anderson, Eder, Pablo Maia, Patrick e Reinaldo.
Aí vem a extensa lista de lesões: Alisson (entorse no joelho direito), Andrés Colorado (lesão no reto femoral direito), Nikão (dores no tornozelo esquerdo), Talles Costa (entorse no tornozelo direito), Walce (recuperação de cirurgia) e Rafinha com sintomas de gripe. E mais uma lista só para cirurgias: Arboleda (cirurgia no tornozelo esquerdo), Caio (cirurgia no ligamento cruzado do joelho direito), Gabriel Sara (cirurgia no tornozelo direito) e Luan (cirurgia no adutor esquerdo).
Tudo isso significa que, mesmo utilizando a base, Rogério terá dificuldades para manter seu esquema tático com três zagueiros e, ainda que se vire, precisará de um milagre para sustentar o nível técnico da equipe, com pouquíssimas opções de banco.
Com um calendário massacrante, o futebol brasileiro é cada vez mais terra de ricos. Afinal, qual a chance de um elenco magro, um clube sem um departamento médico excelente e capacidade de contratação sobreviver a três campeonatos?
O São Paulo pegou o que já era difícil e adicionou uma pitada de indisciplina com azar.
De cobertor curto, tomou um monte de cartões e, para completar, sofreu uma sequência improvável e triste de lesões, como a de Arboleda, que muito provavelmente tirará o zagueiro equatoriano não só da temporada tricolor, mas até da Copa do Mundo.
Algumas coisas são, de fato, incontroláveis. Mas disciplina - assim como água na piscina - é algo que o São Paulo precisa adicionar à sua receita de sucesso, com urgência.
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