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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Palmeirenses e a repulsa ao favoritismo

Torcedores do Palmeiras presentes no Allianz Parque contra o Atlético-MG, pelo Brasileirão 2022 - Marcello Zambrana/AGIF
Torcedores do Palmeiras presentes no Allianz Parque contra o Atlético-MG, pelo Brasileirão 2022 Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

03/08/2022 16h56

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O Palmeiras é favorito na disputa com o Atlético-MG por uma vaga nas semifinais da Libertadores. Quase uma unanimidade na mídia esportiva. Pasmem.

Há os que enxergam uma disputa equilibrada, com ligeira vantagem alviverde. Com uma miopia semelhante aos que viam o mesmo entre Corinthians e Flamengo.

Entendo levar em conta a camisa, o estádio lotado, mas nada disso carrega peso semelhante aos momentos presentes vividos pelas equipes, ao talento disponível de cada lado. Claro, como escrevi ontem sobre o clássico das maiores torcidas, favoritismo não ganha jogo, não garante campeonato. Só indica o que é mais provável acontecer - como ficou claramente demonstrado ontem, com o passeio rubro-negro em Itaquera.

Isso quer dizer que o Palmeiras vai passear no Mineirão? Por óbvio que não. Ano passado, o favorito (não necessariamente com justiça) era o Galo. Sabemos no que deu.

Aliás, alguns gostam de lembrar até hoje como o clube paulista se classificou com uma regra de desempate que não existe mais. Como se isso fizesse alguma diferença, agora, no futuro.

Enfim, o problema é que quase nenhum palmeirense gosta de ser favorito. É zica. Vai contra o DNA.

Abel Ferreira entendeu isso tão rapidamente, que logo implementou o "Contra tudo e contra todos". O "Todos somos um". Poderia lançar ainda o "Todos somos pessimistas até que o juiz apite - e nem assim agora que tem VAR".

Mas o Palmeiras é favorito. Mais do que levar vantagem no talento, na tática, no físico, na longevidade da formação, o time de Abel é muito cascudo e azeitado. Especialmente quando precisa.

Não que o alviverde precise provar algo. Nem o Atlético-MG. O único com satisfações a dar, afinal, é Cuca.

Dentro de campo, espero um duelo duro e emocionante. Fora de campo, uma discussão infinita sobre qual é, de verdade, o melhor time do Brasil.