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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Flamengo e Palmeiras: futebol não se ganha de véspera ou na teoria

Marinho disputa a bola com Lima na partida entre Flamengo e Ceará no Maracanã - Thiago Ribeiro/AGIF
Marinho disputa a bola com Lima na partida entre Flamengo e Ceará no Maracanã Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

05/09/2022 13h59

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Quando o Palmeiras empatou com o Fluminense e o Flamengo venceu o Botafogo, diminuindo a diferença entre as equipes — pela primeira vez em nove rodadas — para sete pontos, parecia que a liderança mudaria de mãos a qualquer momento.

Veio o meio de semana. Derrota palmeirense e massacre flamenguista na Libertadores. Um passeio na Argentina, com direito a hat-trick de Pedro.

Aí chegou o sábado: empate do time de Abel contra o Red Bull Bragantino. Ele errou ao poupar titulares? Não era a hora de resguardar a vantagem, mesmo com a pedreira de terça pela frente? Pronto, já caiu para cinco pontos. Os arautos do apocalipse alviverde chegaram a galope.

Só que existe uma máxima no futebol que nunca falha. E que sempre achei mais bonita em espanhol: hay que jugar. Ninguém ganha de véspera.

Mesmo com a semifinal da Libertadores mais do que resolvida, Dorival Júnior não escalou o elenco titular para enfrentar o Ceará, no Maracanã. Colocou a maior parte da artilharia pesada no intervalo, mas não adiantou. Aliás, nem a expulsão de Jô, aos 15 do segundo tempo, adiantou.

Aliás, vale notar o absurdo que foi a não-marcação pela arbitragem do braço que Vidal enfiou na bola, com a clara intenção de parar a jogada, lance que enfureceu Jô e lhe rendeu o vermelho por reclamação. Foram quase 35 minutos em campo com um a mais. Não deu.

Reclamação que também rendeu a Gabigol um segundo amarelo, já nos acréscimos, desfalcando a equipe para a partida no Serra Dourada contra o Goiás, pela 26ª rodada.

O Flamengo tinha tudo para vencer o 15º colocado do campeonato, em casa. Especialmente com sua força máxima. Mas não venceu. Porque futebol não é esporte de lógica.

Futebol, ainda mais no Brasil, é esporte de muita paciência e gestão de elenco, com algumas pitadas de sorte e aleatoriedade. A bola não entra, o juiz não marca, o artilheiro não acerta uma. Enfim, hay que jugar.

O Palmeiras de três empates seguidos no Brasileirão, que passou pelo Galo na força da mente e do corpo e do ódio, que não foi bem contra o Athletico-PR, segue líder com sete pontos de vantagem e uma rodada a menos para tirar a diferença.

Tem mais time no papel? Só tem. Dá para chegar? Dá. Mas não vai ser na teoria.