Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Mulheres negras ganham 42% menos que homens brancos: e o esporte com isso?
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O dia 21 de setembro marca, nos Estados Unidos, o "Black Women Equal Pay Day". O Dia da Igualdade Salarial da Mulher Negra.
A data se refere ao tempo que as mulheres pretas precisam trabalhar a mais para ganhar o mesmo que os homens brancos. Ou seja, para alcançar os mesmos rendimentos recebidos por eles em 2021, elas precisariam labutar de janeiro de 2021 até 21 de setembro de 2022.
Os números são estarrecedores: elas ganham, em média, 42% menos que eles e 21% menos que as mulheres brancas.
Em parte, porque são excluídas desde a largada por um sistema estruturalmente racista e machista e, em parte, porque, mesmo quando conseguem chegar, apesar de todas as injustiças, ainda assim recebem menos que seus pares.
No esporte, há uma ilusão da possibilidade de ascensão e sucesso financeiro quase infinitos. Afinal, boa parte dos atletas são negros. Tornam-se famosos, zilionários.
Mas isso não os blinda da agressividade dos racistas, como ficou escancarado com o caso do Vinicius Jr., na Espanha. E nem lhes permite escapar dos limites da excelência física.
Os caminhos para além do campo, como treinadores e treinadoras, comentaristas, dirigentes, os postos de liderança e decisão, estes ainda permanecem majoritariamente reservados às pessoas brancas. Até quando o dinheiro é possível, o poder não necessariamente chega no pacote.
Que todas as datas como esta nos façam refletir e, sobretudo, agir para mudar uma realidade que beneficia tão poucos, que não pode ser considerada sã.
Ou você acharia normal trabalhar por nove meses de graça? Trabalhar o mesmo e ganhar metade? Você aceitaria calado?
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