Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
O Brasil do hexa precisa se preocupar mais com domingo do que com a Tunísia
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Quando acabar o amistoso de hoje contra a Tunísia, o Brasil só voltará a jogar pela Copa do Mundo.
Pense nisso de novo.
Depois de um monte de embates importando médio e valendo nada, na próxima vez em que a bola rolar estará em disputa o maior título do futebol mundial. Um que a minha geração deu por quase garantido, assistindo a três finais seguidas, e depois descobriu que era, na verdade, muito difícil de ganhar.
Faz vinte anos da nossa última taça, da última final.
Vinte anos em que o Brasil renasceu, ergueu-se, deu oportunidade a quem precisava, ao menos buscou minimizar injustiças, apenas para mergulhar no caos, na pobreza e na violência de uma maneira e em uma velocidade que talvez nem o mais pessimista pudesse ter imaginado.
Vinte anos que representam uma geração inteira, já adulta, que nunca viu o Brasil campeão. Que mal se lembra do tempo em que as pessoas tinham o mínimo de dignidade garantida por quem tem o dever de garantir o bem-estar de todas e todos: o Estado.
Vinte anos que deixaram como maior marca o 7 a 1. Dentro e fora de campo. O 7 a 1 diário de ver nosso potencial suprimido por uma minoria que não nos representa. De sentir um atropelo nos ossos e precisar seguir jogando mesmo assim.
Só posso torcer para que o Brasil que estará assistindo à próxima partida mais importante do Brasil, em 24 de novembro, contra a Sérvia, seja um Brasil um pouquinho melhor, com um tantão mais de esperança.
Afinal, o encontro mais importante do Brasil não acontece hoje à tarde, nem dia 24. O encontro mais importante de todas e todos nós é domingo, dia 2. Um encontro que não é contra, mas a favor. Do Brasil, da democracia, da nossa história, do nosso futuro.
Até para a gente poder comemorar o hexa direito, com um monte de feriado e sem medo de ser feliz.
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