Topo

Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Vitória do Palmeiras em BH: arbitragem se tornou obstáculo a superar

Murilo, do Palmeiras, comemora gol contra o Atlético-MG pelo Brasileirão - HEDGARD MORAES/UAI FOTO/ESTADÃO CONTEÚDO
Murilo, do Palmeiras, comemora gol contra o Atlético-MG pelo Brasileirão Imagem: HEDGARD MORAES/UAI FOTO/ESTADÃO CONTEÚDO

29/09/2022 16h51

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

Mesmo muito desfalcado, jogando fora de casa contra o Atlético-MG e apesar da arbitragem, o Palmeiras venceu novamente e se aproximou ainda mais do título brasileiro.

Essa coluna deveria falar sobre a capacidade incansável da equipe de Abel Ferreira de manter um padrão de jogo, independentemente de quem está em campo, ou à beira dele. Ontem, o sereno João Martins substituiu o colega, suspenso.

Poderia abordar também o quanto é difícil derrotar um elenco tão coeso e disciplinado taticamente, ainda que tecnicamente questionável por vezes. Lá se vão 28 rodadas e o Palmeiras segue tendo apenas duas derrotas em toda a competição.

Mas o foco da importantíssima vitória de ontem se voltou, mais uma vez e infelizmente, para a arbitragem. No mau comando do apito: Marcelo de Lima Henrique. No mau comando do vídeo: Rodrigo Carvalhaes de Miranda.

Nem vou me ater a questões teoricamente subjetivas como faltas e cartões lenientes.

Colocando objetivamente: o Palmeiras sofreu com um pênalti claro não marcado, nem em campo, nem chamado pelo VAR; e um gol mal anulado por uma falta que claramente foi um escorregão, a qual a tecnologia também perdeu a oportunidade de corrigir.

O que tenho visto de lá para cá é uma massa de palmeirenses menos efusivos com um resultado tão importante quanto inesperado, e mais furiosos com o que identificam como uma sequência de erros destinados a prejudicar seu time. Trocaram a alegria pela raiva.

Notei, inclusive, diversos torcedores de longa data comentando que a arbitragem de ontem foi a pior que já testemunharam, em 30, 40 anos.

E foi, de fato, medonha.

O que me preocupa bastante nisso tudo é ver Marcelo de Lima Henrique repostando um stories em seu perfil no Instagram elogiando a própria atuação. Se ele não acha que errou, como vai se dedicar a melhorar? Ou a cobertura discreta de parte da mídia a mais uma noite de arbitragem vergonhosa para o nosso futebol.

Como sabemos, o primeiro passo para resolver um problema é reconhecer que ele existe. É um passo primordial, indispensável, que algumas pessoas se recusam a dar, por motivos variados.

Não sei como, mas ainda mantenho suficiente fé na humanidade para não acreditar que haja má-fé, afinal são inúmeros os erros contra diversos times. O Palmeiras não é, obviamente, o único prejudicado.

O que fica difícil é manter a fé em parte das instituições do futebol, que diuturnamente ignoram que a arbitragem se tornou mais um adversário a ser superado. Precisa ganhar apesar do calendário, dos desfalques, do cansaço, das dificuldades com a bola de alguns atletas, da força dos rivais. Agora, precisa ganhar também apesar do pessoal do apito (e do vídeo).