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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Uma derrota em seis meses, Endrick e a lavada palmeirense no Brasileirão

Endrick estreia pelo Palmeiras aos 16 anos, contra o Coritiba, pelo Brasileirão - Ettore Chiereguini/AGIF
Endrick estreia pelo Palmeiras aos 16 anos, contra o Coritiba, pelo Brasileirão Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

07/10/2022 11h41

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A torcedora ou torcedor palmeirense que não está em glória desde ontem não entendeu nada.

Refiro-me, claro, aos que são capazes de, ao menos por alguns instantes, esquecer de tudo que acontece no Brasil.

Com a goleada de 4 a 0 sobre o Coritiba, o Palmeiras abriu 12 pontos de vantagem sobre o vice-líder Internacional, faltando oito rodadas para o fim do campeonato. São 15 pontos sobre o terceiro e quarto colocados, Fluminense e Corinthians, respectivamente; 17 sobre o Flamengo; 18 sobre o Athletico; e espantosos 20 sobre o Atlético-MG.

Vamos falar sobre isso. Menos de dois meses atrás, quando a equipe de Abel Ferreira entrou na dura sequência contra o G4, muito se discutiu que era ali que se decidiria o campeonato. Ganhou do Corinthians. Mas se perder do Flamengo, já era. Vai deixar chegar. Empatou. E empatou de novo, com o Fluminense. E, de novo, com o Red Bull Bragantino.

No mês que se seguiu, o Palmeiras venceu Juventude, Santos, Galo, Botafogo e Coritiba. Enquanto seus adversários oscilavam.

Para além das 19 vitórias (quatro a mais que o Fluminense, vice do quesito), o que mais espanta é o número de derrotas: duas. Perdeu logo na estreia para o Ceará, no Allianz, seis meses atrás. E, de lá para cá, sofreu apenas mais um revés, também dentro de casa, contra o Furacão. Uma derrota em meio ano.

Flamengo e Fluminense perderam nove vezes. O Corinthians, oito. O Inter perdeu só quatro, mas é o rei dos empates.

A campanha do Palmeiras espanta pela regularidade. O time foi eliminado da Copa do Brasil e continuou ganhando no Brasileiro. Caiu na Libertadores e continuou ganhando no Brasileiro. Passou por questionamentos sobre sua qualidade técnica e continuou ganhando no Brasileiro. E ganhando bem. Soma 32 gols de saldo, 12 a mais que o vice desse quesito, o Rubro-negro carioca.

Não há uma estatística importante (vitórias, derrotas, gols pró e contra, saldo) que o Alviverde não lidere com folga.

Como se não bastasse, o dia 6 de outubro de 2022 marcou a estreia da grande joia da coroa alviverde: Endrick. Aos 16 anos, 2 meses e 15 dias, entrou em campo ovacionado pela torcida e quase marcou um golaço, que a tantos de nós lembrou outro gênio, Diego Armando Maradona. Na entrevista depois da partida, homenageou o falecido avô e se declarou aos palmeirenses cujo coração já conquistou há tempos: "Essa torcida é maravilhosa. É a torcida que eu quero para a minha vida."

Pois é, palmeirenses. Apenas desfrutem. Até porque aqui fora, quando os refletores do futebol se apagam e impõe-se a vida real, a coisa não está nada fácil.