Por que Endrick vai ser maior que Pelé

Se você achou o título dessa coluna exagerado, eu entendo. Bem-vindo à era do jornalismo caça-clique. E à mente exagerada de uma ariana.

Ontem, Endrick marcou seu primeiro gol como jogador profissional, pelo Palmeiras. Aos 16 anos, 3 meses e 4 dias. Na minha opinião, marcou dois, mas a arbitragem anotou um deles para Gustavo Scarpa. Athletico 1 x 3 Palmeiras.

Com um ou dois tentos, Endrick selou ainda mais seu nome na história do clube em que não cansa de bater recordes. Confirmando-se o Brasileirão de 2022, o garoto terá sido campeão pelo Alviverde em todas as categorias possíveis: Sub-11, Sub-13, Sub-15, Sub-17, Sub-20 e no profissional.

Somente neste ano, na maior parte do tempo com 15 anos, já amealhou títulos como o Campeonato Brasileiro Sub-20, a inédita Copa São Paulo e a Copa do Brasil Sub-17. Sendo mais novo que a média em todos eles.

Em 2022, nas 40 partidas pelas diferentes categorias, Endrick meteu 30 gols.

Para além dos números, o que mais chamou a atenção, ontem, foi a atenção da torcida adversária. Ao fim do jogo, athleticanas e athleticanos pareciam menos preocupados com a derrota do que em conquistar uma foto com o atleta adversário.

Aos 16 anos, Endrick já transcendeu o Palmeiras. Depois de quatro atuações no profissional. É extraordinário.

Ao contrário de outras joias que explodiram já mais perto dos 18 e mal tiveram tempo de construir uma história em solo brasileiro, tudo indica que Endrick passará pelo menos dois anos por aqui, antes da inevitável partida à Europa.

Mas maior que Pelé, filha? Pelé foi tricampeão do Mundo, fez mais de mil gols, é incomparável. Menos, vai.

Claro, não há como comparar Pelé com praticamente ninguém, que dirá com um menino de 16 anos. Só o tempo confirmará ou não as expectativas técnicas e de conquistas que se vêm construindo sobre Endrick. Se realizadas, elas acontecerão em um tempo profundamente diferente do de Pelé.

Um tempo conectado, global, veloz. Um tempo em que aficionados, empresários, marcas e clubes do mundo inteiro podem acompanhar cada segundo da vida pública do jogador. Até da vida privada, se ele assim quiser.

O mundo tem hoje 5 bilhões de pessoas a mais do que em 1950. Tem internet, redes sociais, imagens que cruzam o globo em milionésimos de segundo. Tem informação que não acaba mais. Até mais do que seria saudável, na minha humilde e exausta opinião.

Endrick já é gigante e alcançará, em tempo real, centenas de milhões de pessoas a mais do que Pelé. Se continuar entregando o que sabe dentro de campo, não há limites para o que pode conquistar fora dele.

Que privilégio estarmos vivos para testemunhar o futebol de hoje. Vermos Messi, CR7, Haaland, Mbappé, Vini Jr., Endrick. Não é só de desgraça que vive 2022.