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Daniel Alves na Copa é tapa na cara do futuro da seleção brasileira
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Foram 26 os jogadores convocados por Tite, agora há pouco, para representar o Brasil na Copa do Mundo do Qatar.
Só um, porém, dominou as redes e os grupos de zap: Daniel Alves.
O atleta está treinando no Barcelona B para manter a forma, já que sua melancólica passagem pelo futebol mexicano o deixou inativo pelo restante da temporada. O atleta que o mercado praticamente aposentou. Que clubes não querem. Nem fora da elite. Que não deu certo no Brasil, diante de adversários mais frágeis. O atleta que representa apenas o passado. O atleta que não precisa, como os demais, provar-se dentro de campo. Que, mesmo sem atuar, deu à comissão técnica a certeza de ser o mesmo de antes. O atleta que desafia a lógica.
Claro, podemos — e iremos — passar horas infinitas debatendo outras escolhas, opções táticas, alterações.
Mas a ida do lateral-direito de 39 anos ao Qatar é diferente. Ela cria uma categoria separada de jogadores: aqueles que nem sequer precisam entrar em campo para garantir um lugar entre os 26 melhores do país que mais produz talento no futebol mundial.
Ah, a capacidade diferenciada. Sim, Daniel Alves oferecia opções táticas e um repertório ofensivo quase sem paralelos. Oferecia. Quando jogava. Quando corria e acertava cruzamentos e fazia gols de falta. No passado.
Ah, o vestiário. A experiência. A bagagem. Ele é o único? Não há experiência em Alisson, Neymar, Gabriel Jesus, Thiago Silva?
Perguntando sobre a motivação para a convocação polêmica, Tite respondeu: "O critério do Daniel Alves premia qualidade técnica individual, aspecto físico e mental".
E ele tem tudo isso mais do que qualquer outro da posição, no mundo inteiro? Qualquer outro que tenha o aspecto diferenciado de estar em atividade, neste exato momento?
As vagas são, por óbvio, limitadas. Dar uma vaga a Daniel Alves rouba uma vaga não apenas de alguém que tenha feito por merecer, mas de jovens com enorme potencial, seja na lateral, seja no meio-campo. Joias que tenham, ainda, muito a fazer pelo Brasil. Ao contrário daquele cuja carreira de clubes acabou antes mesmo da ida ao Qatar.
Em seu chamamento derradeiro, Tite investe em um passado sem presente, em detrimento do futuro da seleção brasileira.
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