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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Onde estão os treinadores pretos do futebol brasileiro?

O auxiliar de Tite César Sampaio durante treino da seleção brasileira no CT Joaquim Grava - Lucas Figueiredo/CBF
O auxiliar de Tite César Sampaio durante treino da seleção brasileira no CT Joaquim Grava Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

11/11/2022 13h55

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POR MARJOURIE COUTINHO

(Já falei algumas vezes aqui na coluna sobre a gravidade dos casos de racismo no futebol e da ausência de pessoas negras em posição de liderança, seja nas comissões técnicas ou na gestão do esporte. Aproveito, então, para divulgar essa importante ação.)

Diminuir desigualdades e colocar pessoas pretas em posição de destaque. É assim que Marcelo Carvalho, diretor do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, enxerga a luta contra o racismo.

Com esse objetivo em mente, a Vivo, em conjunto com Observatório e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), criaram o projeto Professores Pretos, que selecionou seis brasileiros, de diferentes regiões do país.

Os critérios para selecionar os professores foram, além da identificação com a causa antirracista, não atuar como técnico em grandes clubes e precisar ter a licença da CBF.

Divulgada no perfil da Vivo no Instagram, Vini Jr e Cesar Sampaio convocaram os selecionados. A campanha chama a atenção para a presença do talento negro dentro das quatro linhas, mas destacando a ausência de profissionais negros nos cargos de comando técnico da seleção.

Os escolhidos foram Edmilson de Jesus, atualmente sem clube; Wilson Roberto dos Santos, auxiliar técnico do Paulista/SP; JOão de Oliveira Martins, auxiliar técnico do Grêmio/RS; Bruno Saymon da Silva Pinheiro, técnico do Azuriz/PR; Edinho Rosa, técnico do Aimoré/RS; e Jeronson França Neto, atual técnico do sub-15 do Náutico/PE.

Eles vão receber toda a preparação da CBF Academy, a academia de técnicos da entidade, e, com a licença de treinador, estarão aptos para serem técnicos de futebol profissional no Brasil.

Para Marcelo Carvalho, diretor do Observatório, esse projeto é o início para amenizar a disparidade que existe. "A capacitação vai ajudar a diminuir a diferença que existe e a ausência de pessoas negras nesses espaços", afirmou.