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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Brasileirão 2022, de Palmeiras a Juventude: uma breve análise time a time

Jogadores do Fortaleza comemoram desfecho da última rodada e vaga na próxima Copa Libertadores - Reprodução/SporTV
Jogadores do Fortaleza comemoram desfecho da última rodada e vaga na próxima Copa Libertadores Imagem: Reprodução/SporTV

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Brasileirão 2022: uma breve análise time a time

Primeiramente, meus pêsames a todas e todos que gostam tanto do futebol de clubes quanto eu, e agora terão de esperar dois meses para se reencontrar com seu time do coração.

Segundamente, segue um breve balanço da tabela final do Campeonato Brasileiro 2022.

1 Palmeiras: líder desde a décima rodada e muito líder desde a metade do segundo turno, a equipe de Abel Ferreira deu pouca chance aos adversários de sonhar com o título. Teve o maior número de pontos e vitórias, melhor ataque e defesa, e o menor número de derrotas (três, com a de ontem) de sua história do torneio. Hendecacampeão com folga.

2 Internacional: com um segundo turno praticamente impecável, ficou com uma nobre segunda colocação, considerando o orçamento de alguns dos adversários. Foi uma das surpresas do campeonato, com destaque para o excelente trabalho de Mano Menezes.

3 Fluminense: outro clube que fez mais do que se esperava, conquistando um digníssimo terceiro lugar. Com destaques em todos os setores do campo, a equipe de Fernando Diniz contou, especialmente, com a mágica do artilheiro Cano e seus impressionantes 26 gols.

4 Corinthians: Apesar dos 16 pontos de distância para o líder, dá para dizer que o quarto lugar não foi ruim para o Timão. Ainda assim, o ano termina com uma grande preocupação: a saída de Vítor Pereira pode indicar a fragilidade do elenco em 2023, caso não encontrem um treinador à altura da equipe.

5 Flamengo: venceu apenas uma das cinco últimas partidas, mas também não precisava se preocupar. Termina o ano feliz da vida com suas Copas do Brasil e Libertadores.

6 Athletico-PR: o sexto lugar e a final em Guayaquil vão consolidando o lugar da equipe entre os grandes do Brasil. Nos últimos dez anos, classificou-se para a Libertadores seis vezes - é mais do que o Botafogo (cinco) em toda a sua história, por exemplo. Felipão se aposenta da beira dos gramados, assume como diretor técnico e Paulo Turra, seu braço direito, será o treinador em 2023.

7 Atlético-MG: a grande decepção de 2022. Com seu orçamento zilionário, contratações de peso e a volta de Cuca, conseguiu apenas uma vaga na pré-Libertadores (em sétimo, 23 pontos atrás do Palmeiras). Corre o risco de passar o esperado ano da inauguração de seu estádio fora do principal torneio continental.

8 Fortaleza: um foguete. Virou o turno em último lugar, quando parecia impossível se recuperar dos percalços causados pela disputa de três torneios simultâneos. A diretoria bancou a permanência de Vojvoda e, como recompensa, o Leão garantiu uma chance de jogar, novamente, a Libertadores, em 2023.

9 São Paulo: o primeiro da turma do prêmio de consolação. Volta à Copa Sul-Americana e periga amargar mais um ano que desafia seu passado vencedor. Um sinal de alerta deve estar aceso no Morumbi. E não é de ontem.

10 América-MG: com um gol anulado aos 50 do segundo tempo, que teria garantido sua segunda passagem à Libertadores, a torcida do Coelho pode ter terminado o domingo frustrada. A equipe, porém, firma-se na série A e na metade de cima da tabela. Não é pouca coisa.

11 Botafogo: jogou o sarrafo lá embaixo no início do ano, dizendo que, com a reconstrução e a SAF e a chegada de Luís Castro, a meta era não cair. Como praticamente todo mundo que não cai vai à Sul-Americana, não dá para dizer que foi mal. Mas algumas atuações, como a de ontem na derrota por 3 a 0 para o Furacão, devem deixar a torcida preocupada.

12 Santos: terminou no já esperado G-Santos. Sobrevivendo à base da base, contenta-se em não cair. Não adianta gerenciar as finanças e deixar o comando do futebol largado às traças. Uma hora, a conta chega.

13 Goiás: graças ao talento de Tadeu no gol e do artilheiro Pedro Raul, segurou as pontas para garantir uma vaga na Sul-Americana. Fecha a temporada sem técnico, já que não houve acerto financeiro com o jovem Jair Ventura.

14 Red Bull Bragantino: um ano para o Braga esquecer. Tão decepcionante, que culminou no fim do relacionamento mais longevo entre um técnico e seu clube no Brasil, com a saída de Maurício Barbieri, antes mesmo do fim do campeonato. Beliscou a última vaga da Sula, para tentar se reerguer em 2023.

15 e 16 Coritiba e Cuiabá: sobreviveram abraçados nas duas únicas posições do Brasileirão que não levam a lugar nenhum. Mas para quem viu de perto o abismo da Série B, ficar na Série A já é lucro.

17 Ceará: vítima de algumas circunstâncias, como a saída de Dorival Jr., a perda de mando de campo por atos lamentáveis da torcida e uma campanha sofrível até dentro de casa, talvez seja a surpresa da zona de rebaixamento. Amargará a Série B assistindo ao principal rival jogar a pré-Libertadores.

18 Atlético-GO: mais um que chegou a parecer que sobreviveria, que perdeu nos pênaltis a vaga na final da Copa Sul-Americana, mas que encerra o ano no pior lugar possível: rumo à segunda divisão.

19 Avaí: apesar de ter dado um calor em times fortes na Ressacada e conseguido o maior número de vitórias do Z-4 (nove), não aguentou a bronca da Série A.

20 Juventude: trágico. Com apenas três vitórias (mesmo número de derrotas do Palmeiras) e 22 pontos, ficou a 13 do vice-lanterna, a 19 do Cuiabá e a absurdos 59 do líder. Se serve de consolo, a Chapecoense assinalou apenas 15, em 2021.

Agora, é Copa do Mundo, minha gente. Ou, não. Talvez eu ainda fale de clubes por aqui. Porque dá saudades. Sou dessas.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado no texto, o Palmeiras não teve o maior número de pontos da história do Brasileirão. O erro foi corrigido.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL