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Apoio LGBT: Inglaterra atropela Irã, mas decepciona mesmo assim
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Os ingleses não tomaram conhecimento dos rivais iranianos nesta manhã: 6 a 2, fora o baile.
Alguns momentos lembraram jogadas de videogame: a velocidade, a troca de passes, a visão de campo.
É arriscado prever tão cedo quão longe os Leões podem chegar, mas depois de uma semifinal de Copa e uma final de Euro, além de um chaveamento mais suave que o do Brasil, por exemplo, não é difícil imaginar um lugar entre os top 4.
Por que, então, a decepção? O capitão Harry Kane havia anunciado que entraria em campo com uma braçadeira em alusão à comunidade LGBTQIA+, com um coração nas cores da bandeira do arco-íris e o singelo dizer "1 LOVE".
A FIFA, amparando-se sempre no regulamento que proíbe manifestações políticas, proibiu. As seleções que pretendiam protestar bancaram a ameaça e disseram que pagariam a multa. Aí a FIFA botou a sanção esportiva na mesa e saiu todo mundo correndo.
Sabe o que bastou para desistirem da manifestação em apoio aos LGBTs, esquecidos pela FIFA e criminalizados pelo Qatar? Um cartão amarelo. É isso que teria acontecido com Kane.
Ah, mas a culpa é do Qatar e suas leis que tratam a homossexualidade como crime. Ou da FIFA, que sanciona um processo corrupto para sediar o maior evento global no planeta em um lugar com um lastimável histórico de direitos humanos. Tá. Mas com tudo que sabemos sobre o emirado e a entidade que controla o futebol, o que você esperava?
Sim, a grande Alex Scott, ex-jogadora e comentarista da rede britânica BBC, vestiu a faixa na transmissão da partida. Sim, Kane entrou com a braçadeira da FIFA dizendo "Não à discriminação". Uma frase tão insípida quanto é raso o comprometimento do futebol com o público LGBTQIA+.
Das seleções europeias e dos atletas que se colocaram ao lado da causa, sim, eu esperava mais mesmo. Protesto não é para ser fácil. Se não houvesse risco, não era protesto. Há quem faça greve de fome. Há quem se lance como escudo humano sobre tanques de guerra. Há quem abra mão de sua liberdade para defender princípios coletivos.
Na Copa do Mundo, até agora, não houve quem topasse uma reles advertência para bancar o que diz acreditar. Falar é fácil, né.
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