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Senegal vence Equador, honra Diop e avança na Copa dos técnicos africanos
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O verdadeiro leão nunca morre.
A frase foi escolhida pelo Senegal para homenagear o grande Papa Bouba Diop, morto em 29 novembro de 2020, aos 42 anos, vítima de uma doença degenerativa.
O grande herói ajudou sua equipe a vencer a França, na estreia do Mundial de 2002, e ajudou o país a chegar até as quartas de final, em uma campanha histórica. Campanha integrada pelo então jogador e hoje treinador dos Leões de Teranga, Aliou Cissé.
Vinte anos depois, mesmo sem sua maior estrela, Sadio Mané, Senegal honra o nome de Diop e está classificado para as oitavas, no Qatar, atrás da Holanda, no grupo A.
Foi tristíssimo ver a desolação dos equatorianos, derrotados por 2 a 1 - o empate teria garantido os sul-americanos na próxima fase.
Mas é impossível não vibrar com o sucesso de uma seleção africana, especialmente comandada por um técnico negro.
Paulo César Vasconcellos se emocionou na transmissão do SporTV: "É de emocionar. É de lembrar os versos de Chico César, em Mama África: 'ser negão, Senegal'. A vida para as seleções do continente africano, assim como a vida no continente africano depois de tantos processos, séculos de espoliação, de exploração, maus tratos, nada é fácil. A classificação de Senegal tem um peso enorme para o continente africano, um continente que durante muito tempo teve técnicos que descaracterizaram o futebol africano."
Não mais, PC. A Copa de 2022 traz um marco inédito e gigantesco no futebol: todas as seleções africanas comandadas por treinadores africanos. Vale assistir a este papo de Luís Fernando Filho, do canal África Mamba, com o Observatório da Discriminção Racial no Futebol, traçando o perfil de cada um deles.
No Brasil, seguimos atrasados. A Série A de 2023, ao que tudo indica, deve começar com apenas um comandante negro: Fernando Lázaro. O primeiro, aliás, que não é ex-jogador de futebol. Nossa Seleção, que disputou todas as Copas, foi liderada por homens brancos em todas as suas 22 participações.
Que Senegal sirva de exemplo e siga brilhando junto com seus companheiros de continente. E meu abraço apertado aos equatorianos, afinal a América do Sul também não escapou dos europeus.
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