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A decepção dessa vez não é Neymar: Tite vai embora sem brilho e sem Copa
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Neymar fez seu oitavo gol em Copas do Mundo e quase classificou o Brasil para as semifinais, no Qatar.
Méritos do craque, sem dúvida. Jogada sua, tabela sua, gol seu.
O crédito, porém, era majoritariamente de Tite. Aos 18 do segundo tempo, com um jogo truncado e muita bola para rolar, o treinador colocou Rodrygo no lugar de Vinicius Jr. Neymar parecia cansado em campo, voltando de lesão. Sempre crucial para a equipe, mas aparentemente longe do auge.
Pensei: erro. Mais chance de Vini arrumar um lance do nada e resolver a partida. Errada, claro, estava eu. Na prorrogação, Neymar deixou sua marca e parecia estar encaminhando a classificação do Brasil
Só que não. Faltando quatro minutos para o fim, em uma bola roubada na defesa, a Croácia armou um contra-ataque de almanaque e, cruelmente, o chute de Bruno Petkovic desviou em Marquinhos e foi balançar a rede de Alisson.
Pênaltis. Esses, sim, verdadeiramente cruéis. Como provou-se.
A Croácia manteve seu impressionante retrospecto de 100% de aproveitamento em disputas por penais em Mundiais. Avançou sobre Dinamarca e Rússia, em 2018, e, agora, sobre o Japão e o Brasil.
Já são vinte anos sem finais. Duas edições seguidas caindo nas quartas para seleções europeias de segundo escalão.
Nesse caso, de quem é a dívida? A quem culpar?
Tite poderia ter armado melhor o time para enfrentar uma equipe que mesmo contra a Coreia do Sul mostrara pouca intenção de agredir? Provavelmente.
Para além das decisões desta sexta, seu retrospecto na Seleção é bonito apenas estatisticamente. Em termos de resultados, de canecos, é pífio. Uma Copa América vencida sobre o Peru. Uma perdida, em pleno Maracanã. Duas quedas precoces em Copas. Duas decepções.
No final das contas, a história do futebol não tem nuances. Registra apenas vencedores e derrotados. Hoje, Tite foi novamente o comandante da derrota. Duvido que a história olhe com carinho para sua trajetória verde-amarela.
Resta-nos especular sobre o futuro.
Por ora, ali no fundo, já começa o samba a tocar.
Solidão apavora
Tudo demorando em ser tão ruim
Mas alguma coisa acontece
No quando agora em mim
Cantando eu mando a tristeza embora
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