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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Messi perto da consagração final na Copa: dá para não torcer por ele?

Lionel Messi, da Argentina, comemora gol contra a Croácia pela Copa do Mundo - REUTERS/Carl Recine
Lionel Messi, da Argentina, comemora gol contra a Croácia pela Copa do Mundo Imagem: REUTERS/Carl Recine

13/12/2022 18h09

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O Brasil precisou de duas horas para fazer um gol na Croácia. A Argentina precisou de 33 minutos. Aos 38 marcou o segundo, aos 24 do segundo tempo, o terceiro. Vingança de 2018 completa.

Para que isso, colunista? Para que cutucar a ferida se a nossa seleção não tem nada com isso, já nem está no Qatar?

Verdade, mas é impossível não notar a diferença que faz o talento do maior craque de sua geração. Um dos maiores de todos.

Que a Argentina tem. E nós não temos.

Messi não encontra espaços. Messi cria espaços. O terceiro gol é um presente dele para Julián Álvarez, e para todas e todos nós que amamos o futebol. Presente do Papai Lionel, como mencionou o lindo comercial da AFA, a CBF argentina.

A Argentina não mostrava um grande futebol até abrir o placar. Sofria sem a bola, enfiada na roda eterna do meio-campo croata.

Em um lance fortuito, meio destrambelhado, o excelente goleiro Livakovic cometeu pênalti no sempre presente Álvarez. Messi meteu na gaveta e abriu as portas que, até sexta, pareciam praticamente impenetráveis.

Vale registrar que o lance nasceu de um tiro de meta erroneamente marcado pela arbitragem, que não viu o desvio da bola de Perisic em De Paul. Tivesse dado o escanteio, a história talvez fosse outra.

A história do futebol, como sabemos, não prima pela justiça.

O segundo gol foi, curiosamente, um acidente e também um golaço. Deu tudo errado para Álvarez e, no bate-rebate, a bola sobrou para o eficiente camisa 9 mandar para o fundo da rede.

Com confiança, a Argentina e sua torcida incansável tornam-se gigantes. A Croácia se rendeu, assim como o mundo cada vez mais se rende ao pequenino gênio apelidado de La Pulga. Que esteve em campo por todos os minutos da Albiceleste.

O outro ídolo argentino Jorge Valdano não poderia estar mais certo: "El que no quiere a Messi, no quiere al fútbol".

Já o rapaz que acaba de sair da sala em que escrevo o chamou de "o último remanescente do futebol arte".

É impossível gostar de futebol e não gostar de Messi. É, assim, muito difícil torcer para o seu fracasso, até porque fracasso e esse nível de talento não deveriam caminhar juntos.

Com ou sem a nossa torcida, falta apenas sua consagração final. E ele está a um jogo dela.