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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Até quando a seleção brasileira vai ficar tomando toco?

Jogadores da seleção brasileira lamentam após eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo do Qatar - Jewel Samad/AFP
Jogadores da seleção brasileira lamentam após eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa do Mundo do Qatar Imagem: Jewel Samad/AFP

18/01/2023 12h42

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Ednaldo Rodrigues, presidente da instituição, disse ontem que quer definir logo o nome que substituirá Tite, idealmente antes das datas-Fifa de março.

Claro, o tempo urge. Há meses se sabe que Tite não ficaria e hoje faz um mês da final da Copa (sim, tudo isso!). E o Brasil, como bem lembramos, ficou fora bem antes disso.

O fato é que estamos na metade final de janeiro e, ao que parece, não há uma negociação em andamento.

Rodrigues busca um nome "inquestionável", o que se mostra tarefa hercúlea posto que Carlo Ancelotti e Pep Guardiola deixaram claro que estão bem no Real Madrid e Manchester City, obrigado. Ah, e alguém que idealmente fale português ou espanhol.

Zinédine Zidane também já teria recusado.

O outro nome inquestionável seria Jürgen Klopp, mas parece improvável alguém convencê-lo a rescindir seu contrato com o Liverpool, já renovado até 2026.

Quem mais seria inatacável, incontestável, incontroverso?

Sinceramente, ninguém. Mourinho e a palavra incontroverso não caminham juntos. Deschamps ostenta um currículo invejável, mas está comprometido com a seleção francesa até a próxima Euro.

Jorge Jesus não é exatamente irrefutável. Ainda assim, pode pintar como o mais disponível.

Ninguém que se preze está dando sopa no mercado. Será preciso convencer algum figurão do futebol europeu a largar tudo e vir aqui focar na Copa América e no próximo Mundial, a mais de 3 anos de distância.

No Brasil, nossa escola oferece poucos candidatos. Falou-se em Diniz, Dorival, Mano Menezes, Cuca (!) e Abel Ferreira. Nenhum dos quais, segundo o UOL apurou, teria recebido qualquer convite até agora. São, claramente, o plano C ou D. O último recurso, caso Rodrigues retorne da Europa com as mãos abanando.

Haja o que houver é um pouco melancólico ver a seleção mais vitoriosa do mundo sofrendo para encontrar quem queira comandá-la. Cheia de dinheiro, de prestígio histórico, dona de uma camisa pesadíssima, vários craques, e tomando um toco atrás do outro. Uma pena.