Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Caso Wallace: incitação à violência não se combate com nota de repúdio
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Ao que tudo indica, o jogador de vôlei Wallace Leandro de Souza vai sentir na pele o peso da legislação brasileira.
Em seu Instagram, o campeão olímpico e atual atleta do Cruzeiro, postou uma enquete, inspirado pela pergunta de um seguidor, sobre uma arma com a qual acabara de posar: "Daria um tiro na cara do Lula com essa 12?"
A CBV repudiou. O Cruzeiro pediu desculpas. Ainda não indicou se irá demiti-lo.
Hesitação, por outro lado, não foi o que se viu na reação das instituições do país. O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, anunciou no Twitter que já acionou a Advocacia-Geral da União sobre o caso.
A ministra do Esporte, Ana Moser, também manifestou-se: "Antes de atleta, o jogador Wallace é um cidadão brasileiro e deve responder às nossas leis e instituições".
A Comissão de Combate às Discriminações da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro avisou que pretende denunciar Wallace pelo crime de incitação à violência.
Patrocinadores precisam aparecer, fazer a punição pesar também no bolso de quem comete esse tipo de ato.
Seria criminoso em qualquer momento, mas fazer apologia pública de assassinato do presidente eleito de maneira democrática, em um tempo de ânimos exaltados, na hora em que se descobre a gravidade das atrocidades cometidas contra o povo Yanomami (lideradas, aliás, pelo ídolo político de Wallace), é criminoso e irresponsável.
Wallace, que tanto se beneficiou do Bolsa Atleta e do patrocínio histórico do Banco do Brasil ao vôlei, talvez esteja prestes a virar exemplo de que discurso de ódio tem consequências para quem o comete. E não é só nota de repúdio, alguns unfollows e um ou outro contrato comercial cancelado. É processo mesmo.
A lei vale para todos, inclusive atletas, ricos e famosos em geral. Na teoria, sempre foi assim. Oxalá se torne realidade em um futuro breve.
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