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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Futebol brasileiro: o que o Palmeiras tem que o Flamengo não tem (parte 1)

Piquerez e Arrascaeta brigam pela bola em Palmeiras x Flamengo, jogo da Supercopa do Brasil - Mateus Bonomi/AGIF
Piquerez e Arrascaeta brigam pela bola em Palmeiras x Flamengo, jogo da Supercopa do Brasil Imagem: Mateus Bonomi/AGIF

09/02/2023 18h44

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Em 2021, o Palmeiras também perdeu a Supercopa do Brasil (para o próprio Flamengo) e foi eliminado nas semis do Mundial, terminando com um pouco lisonjeiro quarto lugar.

Claro, havia algumas diferenças já naquela época. O Alviverde acabara de ganhar a Libertadores, em 30 de janeiro do mesmo ano. E a Copa do Brasil, em fevereiro. E jogou bem contra o Rubro-negro, desperdiçando dois "match points" na disputa por pênaltis.

O que acontece em 2023 com o clube da Gávea indica um problema maior. Não é falta de talento no elenco. Muito menos falta de dinheiro. Tudo indica que o buraco resida na falta de planejamento.

Não é crise. É tempo de arrumar a casa.

Desde a saída (ainda sentida) de Jorge Jesus, nada aponta para um projeto flamenguista. Domènec, Ceni, Renato, Paulo Sousa, Dorival e, agora, Vítor Pereira. Qual a lógica? Qual o fio condutor?

Pode parecer que deu certo, afinal abundam títulos no período, mas o sucesso se deve em grande parte ao poderio financeiro gigantesco do clube, que deixa até o Palmeiras bem para trás.

Em entrevista ao ge, o diretor de futebol Marcos Braz falou sobre a saída de Dorival Jr.: "A gente entendia que teria que ser trocado. É diferente de ser trocado pelo Vítor Pereira. A gente entendia que tinha que ser trocado. Apenas isso."

Embasamento estratégico: porque sim.

Claro, o dirigente não é obrigado a revelar bastidores de decisões internas à imprensa. Mas talvez fosse uma boa ideia. Afinal, o que se viu em campo na partida contra o Al Hilal foi uma equipe perdida, com um treinador que não soube corrigir o rumo da história. Que, aliás, piorou a situação.

Sem falar na porta giratória que se tornou o departamento médico do clube em 2022. Uma caixa-preta praticamente indecifrável.

Desde 2019, o time não resolve seus problemas defensivos.

Não à toa suou para vencer o título da Copa do Brasil, sobre o Corinthians, mesmo com elenco e orçamento bastante superiores. Também encontrou dificuldades contra o Athletico-PR, que jogou mais da metade da final da Libertadores com um a menos.

Nada disso desvaloriza as conquistas, é óbvio. A história registra o caneco, ponto.

Serve, porém, para alertar que nem tudo vai tão bem assim. Há mais de dez anos o Rubro-negro não consegue começar e terminar uma temporada com o mesmo treinador. Não há sequência.

Normal para padrões brasileiros, beleza. Não precisaria ser a norma para quem é rico e já conta com um elenco estreladíssimo.

Se ao longo dos últimos anos existiu uma filosofia ou um projeto, além de vencer, está difícil de visualizar.

Onde entra o Palmeiras nisso tudo? Amanhã eu conto. Na parte 2. Rapidinho eu volto.

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