Topo

Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Abel tem 100 vitórias, mas o que irrita mesmo é seu histórico de derrotas

Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, antes de jogo contra o Bragantino pelo Paulistão - Marcello Zambrana/AGIF
Abel Ferreira, técnico do Palmeiras, antes de jogo contra o Bragantino pelo Paulistão Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Receba os novos posts desta coluna no seu e-mail

Email inválido

O 2 a 0 de ontem sobre o Red Bull Bragantino representou muito mais do que a solidificação do Palmeiras na primeira colocação geral do Paulistão, com 24 pontos. A noite marcou a centésima vitória de Abel Ferreira no comando alviverde.

Como ele comemorou? No estilo Abel Ferreira: "Eu não ganho jogos, não gosto nada quando começam a falar sobre o treinador. O treinador não é ninguém sem os jogadores. Isso é consequência do trabalho coletivo dos jogadores".

O número que me impressiona, no entanto, está na outra ponta: as raríssimas derrotas. Estatística que talvez tenha sido até mais crucial na conquista dos títulos — esses, sim, a verdadeira medida do sucesso.

Nos últimos dias circulou um levantamento global sobre os times que menos perderam desde 2022.

O ranking saiu assim:

1. Al Nassr: 5 derrotas (em 36 jogos)

2. Al Ittihad: 5 derrotas (em 38 jogos)

3. Al Hilal: 6 derrotas (em 51 jogos)

4. Bayern: 6 derrotas (em 53 jogos)

5. Palmeiras: 7 derrotas (em 84 jogos)

Como deveria ter saído:

1. Palmeiras: perdeu 8,3% dos jogos disputados (7 em 84)

2. Bayern: perdeu 11,3% dos jogos disputados (6 em 53)

3. Al Hilal: perdeu 11,7% dos jogos disputados (6 em 51)

4. Al Ittihad: perdeu 13,1% dos jogos disputados (5 em 38)

5. Al Nassr: perdeu 13,8% dos jogos disputados (5 em 36)

Para efeito de comparação, Vítor Pereira perdeu 3 em 10 no Flamengo, sofrendo 71 finalizações (Palmeiras, Al Hilal e Del Valle).

Os números absolutos perdem a força fora do contexto. Disputar 84 partidas e só sair derrotado em sete não é notável apenas pelo percentual. Disputar 84 partidas é muito desgastante, exigindo mais de comissão técnica, elenco, equipe médica, dirigentes etc.

Lembro de assistir a um empate do Palmeiras, ano passado, com meu digníssimo (não palmeirense). Antes que eu pudesse abrir a boca para começar a criticar, ele bufou: Ponte que partiu, esse time não perde!!!

Dei-me conta, ali, da maior virtude do time de Abel Ferreira. Conforme indicado pela reação do conje, time que não perde irrita. E muito.

Siga Alicia Klein no Instagram e no Twitter

Leia todas as colunas da Alicia aqui

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi publicado no texto, o Palmeiras perdeu 8,3% dos jogos disputados, e não 5,9%. O erro foi corrigido.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL