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FIFA The Best: Brasil já chega ao grande evento do futebol como perdedor
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Hoje, a FIFA distribuirá diversos troféus aos melhores do futebol mundial. Jogadores e jogadoras, goleiros e goleiras, treinadores e treinadoras, e o gol mais bonito de 2022.
Vai dar Brasil? Não vai.
Sem contar as honrarias escolhidas pela própria entidade (Fan Award e Fair Play) são sete as categorias, totalizando 21 indicações.
Há um brasileiro na lista. Um. Richarlison concorre ao Prêmio Puskás, pelo golaço de voleio contra a Sérvia, na Copa do Mundo.
O único outro nome próximo é o da sueca Pia Sundhage, que figura entre as três melhores técnicas pelo trabalho na Seleção Brasileira.
Um em 21. De 2010 para cá, somente Neymar apareceu no top 3 masculino: terminou em terceiro lugar, em 2015 e 2017, com somente cerca de 7% dos votos.
O último homem brasileiro a levar o prêmio foi Kaká, no longíquo ano de 2007. Ou seja, pessoas já maiores de idade provavelmente não se lembram do evento.
Entre as mulheres, Marta foi pentacampeã (2006-2010) e novamente condecorada em 2018. Nosso único título da década passada, portanto.
O simbólico evento entrega só mais uma dose amarga da realidade que a Copa do Mundo e o dia a dia da bola vêm nos empurrando goela abaixo: ficamos para trás, há tempos.
Sim, não paramos de produzir e exportar talento. Sim, há dinheiro aportando no Brasil e a tendência aponta para um mercado cada vez mais desenvolvido. Sim, Vini Jr. é um dos maiores craques já testemunhados no milênio e tem tudo para se sagrar melhor do mundo em algum momento.
Já o futebol feminino ainda está longe de virar um celeiro de Martas.
Nada no horizonte aponta para a volta da hegemonia brasileira entre os melhores do mundo, considerando atletas e (muito menos) treinadores. Uma hegemonia nunca antes ou depois replicada, diga-se.
A variedade de talentos no topo que vivemos com Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e Kaká talvez tenha sido, essa sim, o ponto fora da curva.
A primazia observada nas décadas seguintes foi a de atletas, não países. Messi e Cristiano Ronaldo, como Marta, nunca retrataram a superioridade argentina ou portuguesa. Eram apenas prodígios, representantes de uma mestria individual, rara e quase sobrenatural.
Hoje, não subirão ao palco Ronaldos, nem Neymar, nem Alisson, nem Vini. Nem Tite, por óbvio. Hoje, o Brasil tem apenas o voleio estupendo de Richarlison como esperança. É melancólico. É chato. É pouco pelo que somos. Ou pelo que pensamos ser.
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