Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Dia da Mulher: quero paz e liberdade, não celebrar avanços mínimos
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Hoje é aquele dia em que sentimos a pressão de dizer alguma coisa muito marcante, potente, impactante, pelo Dia Internacional da Mulher.
Mais uma tarefa para uma lista interminável de tarefas. Mais uma carga para quem vive sobrecarregada.
Sabe o que tenho vontade de fazer nesse dia? Dormir. Ver uma série. Tomar sol. Ler um livro. Descansar e esquecer que vivo em um mundo ainda tão, tão cruel e injusto conosco.
Que habito um país em que todos os índices de violência contra a mulher aumentaram no último ano. Todos. Em que um terço de nós já foi agredida de alguma forma, na maioria das vezes dentro da própria casa.
Que trabalho em um universo no qual celebramos a presença de uma de nós. Uau, uma comentarista. Uma narradora. Uma árbitra. Uma presidenta de clube. Uau. Raríssimas mulheres, praticamente todas brancas, e a gente comemorando. Ah, porque já foi bem pior, né?
Claro que melhorou. Precisamos reconhecer esses pequenos avanços, da mesma forma que precisamos lhes dar o devido tamanho (minúsculo), para que ninguém ouse acomodar-se.
A nós, mulheres, cabe seguir nutrindo nossa força, nosso poder, nossa confiança, nossa coragem. Não para fazer mais, socorro. Mas a fim de estabelecermos limites, inclusive, para fazer menos das coisas que não servem ao nosso propósito.
Para termos tempo de definir que propósito é esse. Para conseguir cochilar no sofá sem medo de perder o emprego, ser abusada, ficar sem comida em casa, não receber o merecido, não poder dar opiniões, não ter sequer o sossego de vestir o que bem entendermos.
Para quem ainda não sabe: ser mulher é lindo. É, também, imensamente difícil. E não deveria ser. Então, se você está em posição de tornar nossa vida menos desafiadora, faça isso.
Dê oportunidades, interrompa quem nos interrompe, observe potencial, impeça macro e microagressões, repreenda quem nos agride, seja um aliado ativo e operante.
Maravilhosas nós já somos. Só nos falta espaço. E segurança. E tempo. E liberdade. E paz.
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