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Fifa monta Mundiais bizarros para favorecer a quem mais lhe importa: a Fifa
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A Fifa decidiu assassinar o Mundial de Clubes — que já não era lá essas coisas.
Anualmente, a entidade promoverá um torneio intercontinental. Os campeões continentais disputarão playoffs ainda indefinidos pela chance de enfrentar o europeu na final. Sim, diversas partidas para os primos pobres, enquanto o primo rico espera sentado seu adversário. Futebol sul-americano rebaixado.
A cada quatro anos, um "super" Mundial reunirá 32 equipes de todo o planeta, com vagas já preestabelecidas por confederação. Conmebol com seis e Europa com 12, por exemplo.
Aqui, serão quatro vagas para os campeões da Libertadores entre 2021 e 2024, mais duas pelo ranking da Conmebol. Palmeiras e Flamengo, portanto, já estão garantidos. O porém: as vagas pelo ranking estão limitadas a duas por país. Ou seja, enorme chance de algum brasileiro ficar de fora, mesmo figurando entre os melhores da região, às vésperas do Mundial.
O que isso causa é uma série de confrontos ruins e um monte de dinheiro para a Fifa, que, não por acaso, já apontou a Arábia Saudita como sede do intercontinental de 2024.
Até hoje, o campeão da Libertadores garantia a chance de ter, no máximo, um obstáculo para chegar ao campeão da Champions League.
Agora, fomos para o mesmo balaio de Ásia, África, Américas do Norte e Central.
Talvez esse rebaixamento seja merecido. Mas o que a Fifa está fazendo é rebaixar o próprio evento. Imaginem só a qualidade de algumas partidas, com 32 times do mundo todo?
Diante da natureza do futebol, especialmente no caso de países menos ricos, em que talentos são negociados ao final de cada temporada, times inteiros desfeitos, já é estranho imaginar um elenco completamente diferente do que garantiu a vaga disputando o Mundial.
E, como se não bastasse a lógica esdrúxula (pero lucrativa) de organizar uma competição de clubes, que por natureza são voláteis, a cada quatro anos, a entidade inflou demais o torneio — como fez, aliás, com a Copa do Mundo de 48 seleções.
Tudo para democratizar o futebol? Dar mais chances aos outros continentes? Talvez. Um número bem maior de clubes terá acesso às premiações e à receita geradas pelo evento.
Mas que ninguém se engane: o objetivo principal é um só e surpreende um total de zero pessoas.
Deixar os muitos ricos cada vez mais ricos.
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