Rogério Ceni se consolida como treinador mediano e líder terrível

Além de não fazer um trabalho extraordinário à beira do campo, Rogério Ceni finalmente passou dos limites na gestão do elenco.

Como líder, fez o que só os piores líderes fazem: confrontou alguém da equipe, com o dedo em riste, na frente dos colegas.

Aliás, está aí uma coisa que Ceni fez no São Paulo mais do que vencer: lavar roupa suja em público. Reclamar da estrutura, da falta de água na piscina, das lesões, da torcida, do departamento médico e, claro, dos jogadores.

Não faltam problemas ao Tricolor desde a chegada do ídolo, isso ninguém discute. Mas a estratégia de expor a intimidade da família também não vem surtindo efeito. O que não impediu o treinador de expor um atleta, Marcos Paulo, bem na reapresentação do clube depois de uma difícil derrota para o Água Santa, ficando de fora das semifinais do Paulista.

Não importa se ele foi irônico nas redes ou se curtiu postagens que criticavam o ex-goleiro. É um jovem de 22 anos, que, se de fato errou, merece ser ensinado com respeito, em âmbito privado.

Grandes líderes educam, preparam, oferecem ferramentas para que cada pessoa liderada possa tomar decisões melhores no futuro — e ser cobrada caso isso não aconteça.

Para além do tratamento individual, ele prejudicou todo o grupo. No momento em que os jogadores mais precisavam aumentar o moral, Ceni fez o oposto. Tacou o moral no chão, pisou em cima e jogou no lixo.

Em vez de baixar os ânimos, meteu o dedo na cara. Os atletas já reclamaram com a diretoria e a pressão só faz subir.

Talvez por se pensar intocável no clube, Ceni esticou a corda. E a corda, normalmente injusta, talvez estoure do lado certo dessa vez.

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