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Domingo de consolidação no futebol: Abel, Diniz e VP provam a que vieram
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O domingo de Páscoa de 2023 ficou marcado pela consolidação de alguns trabalhos no futebol brasileiro. E por dois atropelos.
Abel Ferreira conquistou seu oitavo título em dois anos e meio de Palmeiras. Depois da surpreendente derrota para o Água Santa na partida de ida, que acabou com a invencibilidade do time no ano, o modo atropelo foi novamente acionado. A equipe entrou focada e, em poucos minutos, deixou claro quem seria campeão, no Allianz Parque.
Como aconteceu em 2022, com a vitória no jogo de volta por 4 a 0 sobre o São Paulo, Abel mostrou que tem uma imensa capacidade de se reinventar e de manter a equipe focada. Não precisava se provar para o clube, mas o fez mesmo assim.
Fernando Diniz finalmente coroou seu trabalho com um título. A vitória avassaladora sobre um Flamengo de elenco bastante superior (no papel) enterrou seu principal ponto fraco apontado pela crítica (eu inclusa). Embora se trate apenas de um campeonato estadual, a maneira como foi selado e o conjunto da obra desta passagem pelo Fluminense apontam para a consolidação de um treinador definitivamente acima da média.
Continuo achando exagerada a reação de parte da mídia, que não raro o coloca no patamar de gênio, mas é inegável sua habilidade de criar, de inovar e de fazer seus atletas jogarem até acima do seu nível técnico.
Já Vítor Pereira ofereceu a prova cabal de que não sabe o que fazer com o Flamengo. A equipe esteve mais perdida do que nunca — méritos do Fluminense, claro — e foi incapaz de oferecer perigo. Sem meio-campo e com Everton Ribeiro ainda no banco, o time acabou na roda tricolor. E, como em outras partidas do ano, VP não conseguiu mudar o time para melhor.
Aliás, não seria absurdo dizer que, quanto mais ele treina a equipe, pior ela fica. Não há qualquer sinal animador, fagulhas de melhoria, uma luzinha no fim do túnel rubro-negro. Os jogadores parecem cada vez mais apáticos, sem clima e sem saber sequer para onde correr.
Pior: VP se recusa a admitir que há um problema. Suas respostas nas coletivas beiram o delírio.
A diretoria do Flamengo insistiu que não dava para manter Dorival Júnior — sem explicar por quê. Trouxe, para o seu lugar, um treinador que não tinha fama de "bom de grupo" ou títulos para justificar sua contratação. Deu ruim. Não surpreendentemente. Agora, o erro pode custar até 15 milhões aos cofres do Fla, no provável caso de sua demissão.
As histórias dos três treinadores e os times para o qual trabalham são muito diferentes. Mas há traços de sucesso em comum entre Abel/Palmeiras e Diniz/Fluminense: estudo e tempo de trabalho. Coisas que não se vê na Gávea já faz tempo.
Não é coincidência.
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