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Alicia Klein

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Cuca no Corinthians, Dorival no SPFC e a melhor-pior profissão do Brasil

Cuca, novo técnico do Corinthians - Fernando Moreno/AGIF
Cuca, novo técnico do Corinthians Imagem: Fernando Moreno/AGIF

20/04/2023 16h48

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Em 24 horas, dois dos clubes mais populares do Brasil mudaram de comando. O São Paulo demitiu Rogério Ceni para fechar com Dorival Júnior e o Corinthians acertou com Cuca, momentos depois de anunciar que Fernando Lázaro voltaria a ser auxiliar.

Os nomes são os mesmos de sempre. A volta dos que não foram.

Cuca, aliás, completa o bingo paulista: Corinthians, Santos, São Paulo e Palmeiras. Mais uma vez, provando que ninguém se importa com seu passado.

Já consolidada como personagem fixa da novela do futebol brasileiro, a bizarra ciranda de treinadores segue girando. Com uma rodada de Brasileirão e nem duas completas de Libertadores/Sul-Americana, já se foram três comandantes da série A (António Oliveira, sacado do Coritiba, completa a lista).

O recorde é de 2015: 32 demitidos.

O Seleção SporTV mostrou no programa de hoje uma tabela que deveria levar lágrimas aos olhos de quem sonha com uma liga organizada e trabalhos de longo prazo.

Desde que Abel Ferreira chegou ao Palmeiras, em novembro de 2020, seus principais rivais tiveram pelo menos quatro nomes diferentes à frente de seus elencos. Por ordem crescente:

Atlético-MG
Jorge Sampaoli
Cuca
Antonio Mohamed
Eduardo Coudet

São Paulo
Fernando Diniz
Hernán Crespo
Rogério Ceni
Dorival Júnior

Corinthians
Vagner Mancini
Sylvinho
Vítor Pereira
Fernando Lázaro
Cuca

Flamengo
Domenéc Rogério Ceni
Renato Gaúcho
Paulo Sousa
Dorival Júnior
Vítor Pereira
Jorge Sampaoli

Santos
Cuca
Ariel Holan
Fernando Diniz
Fábio Carille
Fabián Bustos
Lisca
Odair Hellmann

Qual a lógica, para além de "vence ou cai fora" e "traz um gringo para resolver"? Por que os mesmos nomes, fracassados em trabalhos anteriores, seguem recebendo oportunidades milionárias?

Não sei se é a melhor ou a pior profissão do mundo. O risco é alto, mas a remuneração compensa e as chances para continuar falhando parecem infinitas. Que beleza.

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